ESG

Invasão de polvos no Canal da Mancha traz lucro a trabalhadores, mas acende alerta ambiental

Estela Marconi

30 de maio de 2025 às 18:45

Joe Parks / Flickr/

Uma 'invasão' de polvos no Canal da Mancha surpreendeu alguns pescadores britânicos nesta temporada. Embora lucrativo aos trabalhadores, o caso está acendendo um alerta sobre os impactos do aquecimento dos oceanos, segundo reportagem da Bloomberg.

André Motta de Souza / Agência Petrobras/

As temperaturas na superfície do mar próximo ao Reino Unido atingiram níveis recordes em maio. Segundo o Met Office, órgão meteorológico britânico, as águas na costa do país marcaram até 2,5ºC mais quentes que o normal, enquanto a costa oeste da Irlanda registrou um aumento de 4º

De acordo com o climatologista Paul Moore, do Met Éireann, o aquecimento foi provocado por sistemas de alta pressão que impediram a chegada de ventos frios e limitaram a circulação de correntes mais geladas.<br /> <br />

NurPhoto/Getty Images

Em consequência do mar mais quente, os polvos encontraram condições ideais para a reprodução e passaram a se 'multiplicar’. E a pesca desses animais cresceu de maneira expressiva.

Thinkstock/

Em entrevista à Bloomberg, o empresário Neil Watson, que trabalha com o mercado de peixes em Brixham, contou que seus barcos descarregaram 48 toneladas de polvo em apenas um dia. O volume foi 240 vezes maior que no mesmo período no ano passado.

Embora o aumento na pesca de polvos esteja gerando bons resultados financeiros para empresas como a Brixham Trawling Agents, que exporta para grandes compradores europeus, há preocupações crescentes sobre os impactos de longo prazo.

Moodboard/Thinkstock

Segundo o cientista Georg Engelhard, do Centro de Ciência do Meio Ambiente, Pesca e Aquicultura (Cefas), mares mais quentes favorecem a reprodução dos polvos, mas afetam negativamente outras espécies. O bacalhau, por exemplo, sofre com a mudança.

Engelhard explica que a base da cadeia alimentar está mudando e o plâncton também está sendo afetado. “Estamos vendo algo sem precedentes”, afirmou.<br /> <br />

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