15 de abril de 2025 às 16:37
Uma megafábrica em Campinas (SP) vai ajudar no combate aos casos de dengue no Brasil, que estão em alta histórica desde o ano passado.
A companhia Oxitec, focada no combate biológico de pragas, anunciou neste mês a maior biofábrica do mundo de mosquitos com a bactéria Wolbachia, uma proteção natural que impede a transmissão da doença.
Durante a reprodução, os mosquitos infectados transmitem a bactéria para as próximas gerações, o que reduz a propagação da dengue e outras doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, como zika, chikungunya e febre-amarela.
A unidade poderá proteger até 100 milhões de pessoas por ano a partir da soltura desses mosquitos no Brasil e na América Latina.
Até 2040, a Oxitec tem a meta de evitar a contaminação de até 1 bilhão de pessoas contra a dengue a partir da tecnologia, chamada de “Mosquito do Bem”.
O CEO da companhia, Grey Fradsen, afirmou que a instalação representa um salto para tornar a tecnologia de mosquitos com Wolbachia mais acessível e econômica para os governos brasileiro e do mundo. “Estamos orgulhosos de ajudar a padronizar e dimensionar essa solução", conta.
Com a intensificação dos efeitos das mudanças climáticas, ações de prevenção e combate ao vetor são ainda mais importantes. De acordo com um estudo da Universidade de Stanford, 19% dos casos de dengue ocorrem devido às mudanças climáticas.
As temperaturas entre 20°C e 29°C são as que mais favorecem a transmissão e a proliferação da dengue — o que explica o aumento dos casos durante o ano de 2024, considerado o mais quente da história em todo o mundo.
Em 2025, a dengue continua sendo uma preocupação significativa no Brasil, com o aumento de casos registrados e a redução dos óbitos em comparação com 2024.
Até o final de março de 2025, o país registrou 504 mortes pela doença, uma queda de 83,3% em relação ao mesmo período de 2024, quando o número de óbitos foi alarmante, atingindo 3.028.
São Paulo lidera os casos, representando 72,4% do total nacional, com 365 mortes registradas.