ESG

Exploração da Foz do Amazonas: um teste de credibilidade para o Brasil no pré COP30?

Lia Rizzo

7 de abril de 2025 às 10:09

Foz do AmazonasLucas Ninno/Getty Images

O calendário diplomático e ambiental brasileiro está marcado por uma coincidência desafiadora: enquanto se prepara para presidir a COP30 em Belém, o país enfrenta um acalorado debate sobre a exploração de petróleo na Foz do Amazonas.

(sem legenda)Leandro Fonseca/Exame

A controvérsia, que já dividia opiniões no Brasil, tem sido abordada em fóruns estrangeiros, como o recente Diálogo de Petersberg, importante encontro preparatório para a COP30 realizado em Berlim na última semana de março.

Leandro Fonseca/Exame

Na reunião, que reuniu negociadores de cerca de 40 países para alinhar os principais temas da agenda climática global, André Corrêa do Lago, presidente-designado da conferência, foi diretamente questionado sobre o assunto.

Christopher Furlong/Getty Images

Sua resposta, de que a exploração petrolífera na região "será uma decisão nacional" e não um "consenso como foi o Acordo de Paris", mostrou o quanto o tema se tornou um teste para a credibilidade da liderança brasileira.

Mariana Grilli/Exame

O timing não poderia ser mais delicado. É fato que o Brasil tem construído sua credibilidade internacional em temas como serviços ecossistêmicos e reconhecimento do papel das florestas no equilíbrio climático.

Andre Pinto/Getty Images

Contudo, em sete meses o país recebe a Cúpula do Clima justamente na Amazônia, com a missão de liderar negociações climáticas cruciais, num espaço de protagonismo que cobra exemplo.

Leandro Fonseca/Exame

"O Brasil tem um papel muito relevante em colocar temas como os serviços ecossistêmicos na convenção do clima. Conseguimos incluir na convenção que a floresta preservada gera valor fundamental ao clima", destacou João Paulo Capobianco, secretário-executivo do MMA.

Getty Images/Getty Images

A insistência em ampliar a exploração de combustíveis fósseis, no entanto, envia sinais contraditórios. A possível liberação da exploração e a recente proposta de "revisão de portarias interministeriais" sobre áreas ambientais pode ser comparado a um "passar a boiada".

Waldemir Barreto/Agência Senado

"A questão é que este é um momento que exige extrema coerência. Não podemos defender a proteção florestal globalmente e, ao mesmo tempo, flexibilizar medidas de segurança ambiental em nosso próprio território", pondera o experiente Capobianco.

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