21 de maio de 2025 às 18:54
A Bolsa de Valores do Brasil (B3) sedia hoje um marco histórico para a gestão ambiental brasileira: o primeiro leilão de concessão de manejo florestal realizado em ambiente de bolsa.
O evento, programado para iniciar às 14h desta quarta-feira, 21, une esforços do Serviço Florestal Brasileiro (SFB), Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
A concessão contempla aproximadamente 80% dos 570 mil hectares da Floresta Nacional (Flona) do Jatuarana, situada no município de Apuí, sul do Amazonas.
O modelo de gestão prevê a exploração sustentável por 37 anos de uma área de 453 mil hectares, divididos estrategicamente em quatro lotes distintos.
O projeto tem previsão de arrecadação de até R$ 32,6 milhões anuais aos cofres públicos. A concessão foi estruturada pelo BNDES, que implementou um critério de julgamento híbrido: com pontuação técnica e oferta financeira de valor por metro cúbico de madeira.
Na época de lançamento do edital em fevereiro deste ano, a ministra Marina Silva — que estará presente ao leilão desta tarde — declarou: "Além da geração de receita para as empresas e as comunidades locais, estamos falando em 932 empregos diretos e 466 indiretos".
O edital estabeleceu condições rigorosas para compatibilizar exploração econômica e preservação ambiental. Entre as exigências, as empresas vencedoras terão a obrigação de investir R$ 1,1 milhão por ano em projetos voltados para a comunidade local.
A concessão contempla a exploração diversificada de recursos naturais, incluindo madeira em tora, palmito, açaí, castanha-do-pará e óleo de copaíba, sempre em <br /> conformidade com práticas de manejo sustentável.
O conceito de manejo florestal, definido pelo Ibama como "a administração da floresta para obtenção de benefícios econômicos, sociais e ambientais", orienta a operação. O sistema prevê a extração de aproximadamente cinco árvores por hectare, privilegiando exemplares mais antigos.
A metodologia ainda estabelece um ciclo de recuperação de 30 anos até que a mesma área possa ser novamente manejada, assegurando a regeneração natural e o desenvolvimento das árvores mais jovens.