ESG

Do passado colonial ao futuro sustentável, Belém recebe TEDx e dá palco a cientistas e indígenas

Camila Santiago

9 de junho de 2025 às 17:21

Carl de Souza/Getty Images

O Theatro da Paz, em Belém, é um símbolo da era de ouro da borracha. A pintura no teto, de Domenico de Angelis, apresenta uma cena eurocêntrica. Indígenas são retratados como alheios ao mundo europeu, representando a visão da elite local da época.

/Getty Images

Em 2025, o Theatro recebe pela primeira vez o TEDx Amazônia, com o tema "Resgate – um convite para um futuro melhor". Mais de 30 convidados discutem ideias inovadoras e soluções para a preservação da Amazônia e o futuro do planeta.

O momento não poderia ser mais oportuno. A cidade está às vésperas de receber a COP30, principal conferência climática do mundo. E discutir o futuro do planeta com as vozes daqueles que habitam na Amazônia é uma urgência que não pode mais ser adiada.

Felipe Martins/Divulgação

Na abertura do evento, a líder indígena Alessandra Munduruku lembrou a infância brincando livremente entre os rios e a floresta. E de como o desenvolvimento urbano chegou na região, cerceando seus espaços e dos demais moradores da tribo.

A palha, os peixes e a água, ítens antes abundantes, passaram a ser escassos e contaminados com resquício do garimpo. Levadas por essas circunstâncias, mulheres que tradicionalmente não lutavam pelo que almejavam ou necessitavam, passaram a atuar neste sentido.

Leandro Fonseca/Exame

Passaram pelo palco do TEDx Amazônia também, Hortensia Caballero Arias, antropóloga venezuelana que atua junto aos Yanomamis; e Joice Ferreira, ecóloga e pesquisadora da Embrapa em Belém — que frisou a importância da preservação das áreas verdes já existentes.

O contraste entre o passado do ciclo da borracha e o futuro ameaçado pelas mudanças climáticas expõe uma Belém em processo de transformação.

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