27 de maio de 2025 às 09:47
A Mata Atlântica é essencial para a regulação do clima e abastecimento de água na região e arredores, além de ser lar de aproximadamente 70% da população brasileira e responder por 80% do PIB nacional.
Neste Dia da Mata Atlântica, celebrado anualmente em 27 de maio, não há muito a se comemorar: 24% da cobertura vegetal original deste ecossistema já foi degradada, o equivalente a 3,7 milhões de hectares perdidos entre 1985 e 2023, segundo o MapBiomas.
Especialistas destacam que o desmatamento está relacionado principalmente à agricultura e conversão do solo para atividades de especulação imobiliária -- especialmente em localidades próximas a centros urbanos.
Por outro lado, há luz no fim do túnel: diversas iniciativas de restauração já estão em curso, só precisam ganhar escala. Dados da Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura apontam para uma área de 118 mil hectares em processo de recuperação florestal.
Um dos maiores exemplos é do Instituto Terra, fundado pelo fotógrafo Sebastião Salgado falecido na semana passada e um guardião da preservação ambiental que deixa um legado inspirador em sustentabilidade. Sua cidade natal de Aimorés (MG) lidera o ranking nacional na restauração.
Rubens Benini, co-líder da Força-Tarefa Restauração da Coalizão Brasil, disse ser bastante grave termos perdido tanta floresta madura e que se encontrava em estágio avançado de regeneração: “Para aumentar a conservação, é preciso restaurar as áreas degradadas".
Com a COP30 à vista, um relatório recente lançado pela Coalizão propõe ações para zerar o desmatamento no Brasil. Com a maior parte das emissões atreladas às mudanças no uso da terra do setor agropecuário, conter a devastação de florestas é chave no combate à crise climática.
Neste sentido, a organização multissetorial defende o fortalecimento da restauração de paisagens e como medida essencial. O documento ressalta que as parcerias público-privadas funcionariam como “uma barreira ao avanço do desmatamento e manutenção da floresta".
Segundo a secretária-executiva do Observatório da Restauração e Reflorestamento, Tainah Godoy, os esforços mais antigos de restauração da vegetação nativa no Brasil estão na Mata Atlântica.