15 de maio de 2025 às 16:06
O Brasil registrou uma queda no desmatamento em 2024, com redução em todos os biomas pela primeira vez desde o início da série histórica há seis anos atrás. É o que revela o novo levantamento divulgad pelo MapBiomas, iniciativa que monitora a supressão de vegetação nativa no país
Os números do ano passado trazem motivos para celebrar: houve um recuo de 32,4% na área desmatada em relação a 2023, totalizando 1.242.079 hectares -- além de uma queda de 26,9% nos alertas (60.983).
Este é o segundo ano consecutivo de redução na perda de vegetação. Em 2023, o índice caiu 11% em comparação a 2022. Mesmo assim, o Brasil perdeu uma área equivalente a toda a Coreia do Sul desde 2019: 9.880.551 hectares, dos quais 67% estão na Amazônia Legal.
Segundo o relatório, é um marco importante, mas o ritmo da devastação ainda é preocupante. A cada dia, perdemos 3.403 hectares de vegetação nativa e o equivalente a 141,8 hectares por hora, o que significa que é preciso avançar em políticas públicas.
Além disso, a análise mostra que a pressão da agropecuária representa 97% de todo o problema ambiental. Na equação, outros fatores têm pesos distintos de acordo com o bioma: 99% da área suprimida por garimpo está na Amazônia.
Além disso, 93% da devastação associada a empreendimentos de energia renovável estão concentrados na Caatinga.
Pelo segundo ano, o Cerrado continua sendo o bioma com maior desmatamento, respondendo por 52,5% (652.197 hectares) de toda a vegetação nativa suprimida no Brasil em 2024. Mesmo apresentando um recuo expressivo de 40% em 2024, a região é ponto crítico de conservação.<br />
Em Matopiba - área que engloba Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia - estão concentradas 75% das terras atingidas no bioma e cerca de 42% de toda a perda no país.
A Amazônia ficou em segundo lugar no ranking, com 30,4% da área desmatada no Brasil (377.708 hectares). Este foi o menor índice registrado no bioma desde o início da série histórica com início em 2019.
Em ano de COP30 no Pará, o estado continua sendo o que mais desmatou no acumulado de 2019 a 2024, somando aproximadamente 2 milhões de hectares. Junto com o Maranhão, os dois respondem por mais de 65% da área desmatada no Brasil no último ano.