17 de janeiro de 2025 às 14:42
Um dos principais desafios atualmente para os agricultores são as pragas. Esses pequenos animais podem ser responsáveis por até 20% da predação de culturas de grãos em todo o mundo.
Com o aquecimento, a crise se agrava: uma pesquisa da Universidade de Stanford avalia que a produção perdida pelo consumo de insetos aumentará em 10% a 25% a cada grau Celsius de aquecimento.
A principal forma encontrada pelos produtores agrícolas de culturas como soja, arroz, feijão e milho para combater as pragas são os pesticidas, mas seus efeitos recaem tambem sobre o solo, a água, o alimento e a saúde humana.
Foi a partir dessas contatações que as brasileiras Juliana Steffens e Clarice Steffens, irmãs e pesquisadoras, desenvolveram um nariz eletrônico. Trata-se de um equipamento com nanosensores que detecta os feromônios dos insetos, facilitando a detecção de pragas.
“Podemos reduzir o uso indiscriminado de agroquímicos, diminuindo também o impacto negativo na saúde, no alimento e no meio ambiente”, explica Clarice.
O protótipo do sensor desenvolvido por elas consegue captar os voláteis dos percevejos -- ou seja, as características químicas liberadas pelos insetos – antes que a informação seja liberada completamente na natureza.
“A ideia é que os agricultores possam identificar os locais com mais e menos pragas e realizar a pulverização de inseticidas com mais assertividade, já que, por vezes, a predação não está localizada em toda a lavoura”, explica Juliana.
“Pensando na importância do agro brasileiro para os mercados interno e externo, as tecnologias e inovações podem ajudar toda a cadeia econômica envolvida nisso. Assim podemos associar a produção agrícola com a preservação", explica Clarice.