24 de julho de 2025 às 16:14
“Queremos estar cada vez mais próximos dos produtos que você encontraria na cozinha da sua casa”. A afirmação é de Isabelle Esser, diretora-executiva de recursos humanos, pesquisa e inovação, qualidade e segurança dos alimentos da Danone.
A multinacional de alimentos batalha para unir a expertise acumulada ao longo dos seus 106 anos de história e as oportunidades que ainda são desenvolvidas pela tecnologia, como a inteligência artificial, na fabricação de produtos lácteos, à base vegetal e de nutrição.
Desde máquinas que simulam o processo de digestão humano até uma coleção de culturas de fermentação, a Danone elabora tecnologias para produtos com diferentes características de sabor, textura e doçura, buscando cada vez menos recorrer aos aditivos artificiais.
O objetivo é ambicioso: até o final do próximo mês, 100% do portfólio infantil da Danone no Brasil estará com menos de 10% de açúcar, alinhado às recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS). No global, essa meta já foi atingida.
Esser lembra que o iogurte Danone original, de 1919, "era tão ácido que parecia medicamento". A pesquisa em fermentação permitiu desenvolver sabores mais palatáveis ao longo das décadas, sem comprometer os benefícios nutricionais.
A executiva destaca desafios práticos enfrentados pela indústria, como o aumento do cuidado com o corpo e a demanda por itens proteicos. "O sistema alimentar enfrenta desafios, como o fato de que não há vacas suficientes para fornecer a quantidade necessária de proteínas", diz.
Segundo Esser, o intestino humano abriga trilhões de microorganismos, tornando impossível analisar essas interações sem ferramentas computacionais avançadas. "Se não fizermos isso através de IA ou digital, simplesmente não vai ser possível", reconhece.
A Danone evita utilizar o termo ESG para descrever suas práticas de sustentabilidade. "Desempenho sem sustentabilidade não tem futuro. Sustentabilidade sem desempenho não tem impacto", resume.