14 de maio de 2025 às 14:41
As mudanças climáticas têm se mostrado um dos maiores desafios globais nas últimas décadas, afetando não apenas os padrões climáticos, mas também a saúde pública.
O aumento das temperaturas e a intensificação dos eventos climáticos extremos criaram condições favoráveis para a proliferação de doenças transmitidas por vetores, como a dengue.
Com o aquecimento global, o Aedes aegypti, mosquito que transmite a doença, tem expandido suas áreas de distribuição e agora podem ser encontrados em regiões onde antes não eram comuns.
Na Califórnia, um dos estados mais afetados pelas mudanças climáticas nos Estados Unidos, a propagação do Aedes aegypti resultou em um aumento significativo de casos de dengue.
Em resposta a esse problema, as autoridades da Califórnia começaram a adotar uma estratégia para combater a proliferação da doença: a liberação de mosquitos machos estéreis.<br /> <br />
A técnica, desenvolvida por duas agências locais responsáveis pelo controle de organismos transmissores de doenças, visa reduzir a população de mosquitos sem o uso de produtos químicos prejudiciais ao meio ambiente.
A liberação dos machos estéreis foi iniciada em 2023 e já apresenta resultados muito positivos.
A estratégia é simples e eficaz: os machos estéreis copulam com as fêmeas, mas os ovos produzidos não eclodem, pois não há fertilização. Como apenas as fêmeas picam e transmitem a doença, essa técnica não representa risco de transmissão de vírus como o da dengue.
A liberação dos machos estéreis é, portanto, uma forma ecologicamente correta de controle populacional, já que não envolve o uso de inseticidas.
Os resultados até o momento têm sido promissores. Uma das agências observou uma redução de quase 82% na população de mosquitos invasores no ano passado.
Outro distrito, localizado no canto sudoeste do condado de San Bernardino, também viu uma diminuição média de 44% nos mosquitos invasores após a liberação dos machos estéreis.
O Aedes aegypti é originário da África, mas sua rápida adaptação a novos climas, impulsionada pelas mudanças climáticas, tem permitido que ele se estabeleça em regiões antes imunes à sua presença.
A temperatura mais quente e as fontes de água criam o ambiente perfeito para que os mosquitos colocassem seus ovos, gerando novos ciclos de infestação.
A expansão das áreas de proliferação é uma consequência direta do aquecimento global, tornando o controle das doenças transmitidas por mosquitos ainda mais desafiador.