30 de maio de 2025 às 19:16
Quando Guilherme Xavier assumir o microfone no Teatro Santander, em São Paulo, no próximo dia 4 de junho, para abrir a terceira edição do Fórum Ambição 2030 do Pacto Global, será mais que uma apresentação de boas-vindas.
Representará o momento simbólico de uma organização que, nos últimos seis meses, passou por uma profunda renovação sob sua liderança interina, em um dos anos mais decisivos da agenda ambiental global.
O evento promete ser dos mais relevantes encontros sobre sustentabilidade corporativa do Brasil, ao mobilizar empresas e organizações em torno de compromissos alinhados à Agenda 2030 da ONU, neste ano em que o país também sedia a COP30, a mais importante conferência climática.
O Fórum também marcará o lançamento do Relatório Ambição 2030 – Ano 3, com dados atualizados sobre os compromissos empresariais, e o reconhecimento de 16 empresas por iniciativas exemplares nos dez Movimentos da estratégia. Eles são:
+Água, Ambição Net Zero, Conexão Circular, Elas Lideram 2030, Mente em Foco, Raça é Prioridade, Salário Digno, Transparência 100%, Educa2030 e Impacto Amazônia.
A programação contará com nomes como Dan Ioschpe, Climate Champion da COP30; Silvia Rucks, Coordenadora Residente da ONU no Brasil;
Tatiana Rosito, embaixadora e Secretária de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda; Albert Cheung, Deputy CEO da BloombergNEF; e Geyze Diniz, do Pacto Contra a Fome.
A Agenda 2030, que embasa o relatório a ser apresentado no Fórum, baseia-se em um conjunto de 17 objetivos globais e 169 metas estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2015, visando alcançar um desenvolvimento sustentável até 2030.
Criado em 2000 por Kofi Annan, então Secretário-Geral da ONU, o Pacto Global das Nações Unidas é uma convocação para que corporações de todo o mundo alinhem suas operações e estratégias a dez princípios universais nas áreas de direitos humanos, trabalho, meio ambiente e ética.
A iniciativa chegou ao Brasil em 2003 e, hoje, a rede brasileira é a segunda maior do mundo, com mais de 2 mil participantes. Em 2021, a organização brasileira se transformou em instituto de direito privado, fortalecendo assim sua estrutura legal e operacional.
A chegada de Guilherme Xavier coincidiu com um período de reflexão necessária para a organização. "Fragmentamos muito", admite o executivo com a franqueza de quem diagnosticou e encarou com precisão - juntos às conselheiras Rachel Maia e Ana Fontes - enormes desafios.
No semestre passado, o Pacto enfrentou, no Brasil, uma crise interna, que culminou nas demissões dos então CEO e diretor de estratégia.
Paralelamente, o movimento de sustentabilidade empresarial passava também por muitas transformações em função sobretudo do cenário geopolítico.
Dentro de casa, a organização passou por uma revisão profunda que incluiu fortalecimento da governança e da estrutura de compliance.
"A reestruturação foi focada em recuperação e fortalecimento dos nossos processos, o que incluiu conferir um novo olhar também à base de empresas signatárias", explica o executivo sobre o rigor técnico que aplicou à renovação organizacional.
No mesmo período, a confirmação da confiança do setor privado - na importância do Pacto e no time que seguiu mantendo vivas a agenda e a operação - veio contundente: mais de 160 novas empresas aderiram ao programa.
Até o momento, são 362 empresas mobilizadas, 680 cartas-compromisso assinadas e cerca de 1.600 compromissos públicos assumidos relacionados a temas urgentes como clima, água, diversidade, saúde mental, anticorrupção, educação e inclusão produtiva.
Como muitos especialistas que atravessaram diferentes ciclos do ESG, Xavier traz uma perspectiva equilibrada sobre o momento atual da pauta. ""A crise climática, assim como questões de gênero, raça e governança. Os temas não perdem a relevância, pelo contrário", observa.
"Só que agora é preciso separar o joio do trigo - identificar quem realmente tem capacidade de ser o melhor porta-voz para essas agendas", afirma.
A programação completa do evento pode ser conferida aqui.<br /> <br />