ESG

Carlos Nobre alerta sobre 'suicídio ecológico' e necessidade de restauração para adaptação

Sofia Schuck

26 de fevereiro de 2025 às 10:34

Tiziana FABI/AFP

"Adaptação e mitigação climática andam juntas. Quando restauramos os biomas, estamos ao mesmo tempo reduzindo os impactos climáticos e protegendo a biodiversidade", disse Carlos Nobre, em entrevista à EXAME.<br />

Sofia Schuck/Divulgação

O cientista brasileiro e uma das maiores referências em estudos sobre a Amazônia marcou presença em evento promovido na terça-feira (25) pelo Instituto Talanoa em Brasília, sobre adaptação como agenda prioritária rumo à Conferência de Mudanças Climáticas da ONU (COP30) em Belém.

City Climate Leadership/

Há menos de nove meses do maior evento de combate à crise climática do mundo na cidade amazônica, adaptar as cidades e torná-las mais resilientes frente a nova realidade imposta pelo clima é urgente e deve ser prioridade.

Mark Garlick/Science Photo Library/null

É o que defende o climatologista, ao lembrar que nem a ciência conseguia prever anos atrás que iríamos bater os 1,5°C limites do Acordo de Paris e ter 2024 como o ano mais quente da história.

Envato/

"Se continuarmos com as metas de 10 anos atrás, iremos bater os 2,5°C até 2050. É um 'suicídio' para o planeta, pois vamos disparar os pontos de não retorno. E o pior para nós, brasileiros, é a perda de até 70% da Amazônia", destacou.<br /> <br />

Nelson Almeida/AFP

Mesmo que o Brasil zere as emissões até 2040, especialistas alertaram que há a possibilidade de não conseguirmos baixar os 1,5ºC e a temperatura cada vez mais alta leva a um aumento exponencial de eventos climáticos extremos.

Andre Pinto/Getty Images

Juntas, todas as florestas do mundo retiram cerca de 1/3 do C02 da atmosfera, com a amazônica tendo papel essencial na regulação do clima. Carlos Nobre alerta que se passarmos do ponto de não retorno, este bioma irá se degradar e nós vamos perder a maior biodiversidade do planeta

Rovena Rosa/Agência Brasil

Pensando nisso, o cientista defende a restauração de todos os biomas como principal forma de adaptação climática. A aposta na arborização é garantia de um clima mais ameno: estudos recentes já revelaram que árvores podem reduzir em até 12ºC a temperatura em centros urbanos.

Ricardo Stuckert/Presidência da República/Divulgação

Dentro do Plano Clima em desenvolvimento pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima desde 2023, Carlos Nobre reiterou que há vários pontos muito positivos para a agenda de adaptação -- e que o maior desafio atual é a implementação.

Rickey Rogers/Reuters

O principal seria zerar totalmente o desmatamento até 2030 em todos os biomas brasileiros, como prometido na nova meta climática brasileira (NDC) apresentada na COP29 em Baku, no Azerbaijão.

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