18 de julho de 2025 às 16:37
Você sabia que os desastres climáticos já custaram mais de 730 bilhões à economia brasileira em 12 anos? "A conta" da emergência do clima, literalmente chegou: o prejuízo é na casa de bilhões e investir em resiliência e adaptação se torna uma questão de sobrevivência.
A provocação é de Maria Netto, diretora executiva do Instituto Clima e Sociedade, organização filantrópica que acaba de lançar um hub para integrar as agendas de economia e clima.
Em entrevista à EXAME para o "Negócios Sustentáveis", ela questiona: "A pergunta de trilhões é quando vamos ser inteligente o suficiente para fazer com que a agenda de recursos naturais agreguem valor para a nossa economia e que não sejamos um mero exportador de commodies."
Apesar dos desafios, a executiva enxerga oportunidades únicas para o país no cenário geopolítico atual: abundância em terras raras, potencial gigantesco de produção de alimentos e de conservação da Amazônia, além da restauração de florestas.
"O ponto é: como transformar esta vantagem comparativa em competitividade no mercado e isso vai depender muito de como nos prepararmos", ponderou Maria.
Em meio a guerras, insegurança energética e Trump no poder nos Estados Unidos, o mundo tenta driblar retrocessos na agenda climática e na expansão de renováveis, e Maria destaca que no fundo o que vamos ver a longo prazo é uma "briga por recursos naturais".
"Quando falamos de minerais críticos essenciais para a transição energética, Trump já disse que quer a Groenlândia", exemplifica..
A menos de quatro meses da COP30 em Belém do Pará, ela acredita em virar a chave da negociação para a implementação dos compromissos. O maior desafio? A governança e estrutura que vamos seguir nos próximos 10 anos em cada país.
Com eventos climáticos extremos cada vez mais intensos e frequentes, o custo da inação é alto: não só de vidas, mas na economia. Segundo Maria, deveria ser óbvio dizer que economia e clima são intrinsicamente conectados.