30 de maio de 2025 às 11:26
Apostando na diversificação, o Brasil é líder em energias renováveis e investe massivamente em tecnologias de baixo carbono -- como biocombustíveis com potencial de escalar a descarbonização global.
Atualmente, cerca de 50% da matriz energética brasileira é proveniente de fontes limpas: hidrelétrica, eólica, solar, biomassa e outros combustíveis verdes, e 80% da eletricidade já é gerada a partir delas.
No ano em que sedia a Conferência de Mudanças Climáticas da ONU (COP30) pela primeira vez, o país se posiciona estrategicamente como uma das principais potências emergentes na produção de biometano.
Este combustível renovável derivado de biomassa ou orgânicos se transforma em energia limpa e escalável, e já há exemplos de iniciativas na prática. Em escala, a alternativa sustentável pode ser utilizada como combustível para veículos, geração de energia e aquecimento industrial
Um exemplo concreto está localizado em Jambeiro, no interior de São Paulo. A Unidade de Tratamento e Gestão de Resíduos (UTGR), do Grupo Multilixo, completou dois anos de operação em maio e já se consolidou como a primeira usina 100% autossustentável do Brasil no setor.
A planta paulista opera sem qualquer dependência de energia externa, gerando sua própria eletricidade através de um gerador de 1,2 MW.<br /> Sua capacidade de produção é de mais de 10 milhões de metros cúbicos de biometano por ano, com capacidade diária de 30 mil m³.
Isto significa redução de custos e pegada de carbono, tornando a operação mais eficiente e verde. Segundo a empresa, a produção não apenas abastece indústrias da região de São José dos Campos, mas também alimenta sua própria frota de caminhões, criando economia circular.
Os números do Grupo Multilixo refletem uma tendência nacional promissora e o crescimento do número de usinas em operação no país demonstra a consolidação do setor, com resultados rumo à transição energética bem-sucedida e replicável.
Em apenas dois anos, o Brasil saltou de 6 plantas em 2022 para 20 unidades em 2024. As projeções indicam que o país pode ter 90 plantas ativas até 2030, se posicionando entre os grandes players globais de biometano.
O modelo brasileiro tem potencial para transformar outros setores da economia. "Seu potencial é capaz de suprir até 80% das frotas pesadas de veículos, além de atender demandas industriais e de geração de energia", disse o diretor do grupo Multilixo.