ESG

'Brasil perde oportunidades em biocombustíveis por fatores geopolíticos', diz especialista

Sofia Schuck

28 de julho de 2025 às 11:16

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Enquanto a China transformou sua dependência energética em uma das maiores indústrias exportadoras de energia limpa do mundo, o Brasil segue desperdiçando "oportunidades bilionárias" na economia verde.

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A diferença está na visão estratégica: os chineses enxergaram um negócio onde os demais países poderiam encarar apenas como um problema ambiental ou uma ‘vulnerabilidade’.

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É a avaliação de Jorge Arbache, professor de economia da Universidade de Brasília e um dos grandes especialistas em finanças climáticas. "A China ganha muito dinheiro vendendo para o resto do mundo uma solução que nasceu como estratégia militar".

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Como reflexo, o país asiático lidera em renováveis e em tecnologias da transição energética e o Brasil importa massivamente seus painéis solares, baterias e carros elétricos.

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Mas não precisava ser assim, frisou o especialista. Isto porque, o país tem potencial para ser líder mundial em pelo menos três frentes: biocombustíveis, energia renovável competitiva e o que chama de "Power Shoring", conceito que ele mesmo desenvolveu em 2022.

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"Não temos falta de tecnologia, capacidade ou recursos naturais. O que precisamos é de uma visão e de coordenação nacional para transformar a agenda de forma robusta", explicou Jorge.

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O Power Shoring estabelece a “exportação de soluções verdes" para empresas intensivas em energia e que precisam descarbonizar. É o caso de indústrias pesadas como aço, alumínio, mineração e petróleo.

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Para Jorge, o Brasil é o melhor país para liderar a estratégia e atrair capital ao fornecer muita energia renovável abundante e barata para o resto do mundo.

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Já no setor de biocombustíveis, o Brasil enfrenta obstáculos que têm pouco a ver com competitividade e muito com interesses geopolíticos. "Temos uma capacidade quase que singular de contribuir para a descarbonização do transporte internacional", exemplificou Jorge.

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Mesmo com cinco décadas de experiência com etanol, uma infraestrutura consolidada e vantagens naturais únicas, o especialista explica que ainda há muita resistência -- especialmente da Europa. "Alguns países ainda não entendem esta solução sustentável como uma rota válida", acres

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