ESG

Brasil mira R$ 10 bi no 2º Leilão Eco Invest voltado à recuperação de áreas degradadas

Sofia Schuck

29 de abril de 2025 às 10:27

Leandro Fonseca/Exame

"É mais um leilão que começa a criar um processo virtuoso, que deve influenciar novas dinâmicas e conversa com o Plano Clima, com a nossa meta climática (NDC) e para chegarmos ao desmatamento zero até 2030", disse a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva.

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O anúncio aconteceu durante o lançamento do 2º Leilão Eco Invest, voltado a mobilizar recursos para financiar a recuperação de terras degradadas e sua conversão em sistemas produtivos sustentáveis.<br />

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O objetivo do governo federal é recuperar 1 milhão de hectares e a expectativa é de alavancar até R$ 10 bilhões. Serão contemplados cinco biomas brasileiros: Mata Atlântica, Cerrado, Caatinga, Pampa e Pantanal, exceto a Amazônia, que terá um leilão exclusivo nos próximos meses.

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Recentemente, um estudo pioneiro do Boston Consulting Group, em parceria com o Ministério da Agricultura e o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável, revelou que o Cerrado pode gerar US$ 100 bilhões ao PIB brasileiro com agricultura regenerativa.

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A iniciativa integra o Programa Caminho Verde Brasil, com a meta de restaurar 40 milhões de hectares de áreas degradadas nos próximos dez anos. Segundo o governo federal, o novo leilão será realizado no modelo de financiamento parcial (Blended Finance).

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou que o EcoInvest também incorpora técnicas e tecnologias sustentáveis que geram elevados ganhos de produtividade em áreas que passam a ser utilizadas para a agricultura de baixo carbono.

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Segundo dados oficiais, dos 280 milhões de hectares destinados à agropecuária no Brasil, 165 milhões são pastagens, sendo que 82 milhões encontram-se degradados. O novo programa visa aproveitar esse potencial de recuperação para ampliar a produção agrícola sem desmatar.

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Para receber os financiamentos, os projetos deverão atender a critérios ambientais rigorosos, incluindo monitoramento contínuo do impacto ambiental com medição das emissões de gases de efeito estufa, análises periódicas da qualidade do solo e ampliação da cobertura vegetal.

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As instituições financeiras participantes precisarão destinar pelo menos 50% de sua carteira de investimentos para a produção de alimentos, com destaque para proteína animal e lavouras, além de priorizar a recuperação da Caatinga em suas alocações.

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Cada lance será avaliado com base no nível de alavancagem proposto e no volume de hectares a serem recuperados, sendo exigido um valor mínimo de R$ 100 milhões.

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O primeiro leilão do programa Eco Invest, realizado em novembro de 2024, contemplou nove instituições financeiras: Itaú, HSBC, Santander, Caixa, Banco do Brasil, Citi, Bradesco, BNDES e Safra, e foi considerado bem-sucedido. No final, resultou em R$ 44,3 bilhões de investimentos.

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Uma novidade desta edição é a chamada de projetos online, que permite que cooperativas, empresas e produtores enviem suas propostas de recuperação de terras degradadas. O prazo é 13 de junho de 2025.<br />

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