ESG

Brasil enfrenta 'explosão' de desastres climáticos e chuvas intensas triplicam nesta década

Sofia Schuck

2 de julho de 2025 às 19:49

Villamor VISAYA/AFP

O Brasil vive uma escalada alarmante de desastres climáticos relacionados a chuvas intensas e registrou 7.539 eventos do tipo entre 2020 e 2023, três vezes mais em comparação com as 2.335 ocorrências durante toda a década de 1990 e com aumento de 220%.

Miguel Medina/AFP/

É o que alerta um novo estudo divulgado nesta terça-feira, 1, e coordenado pelo Programa Maré de Ciência da Universidade Federal de São Paulo, em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, UNESCO e Fundação Grupo Boticário.

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A análise faz parte da série "Brasil em Transformação" e tem como objetivo alertar a sociedade sobre os impactos das mudanças climáticas. Desde 1991, foram contabilizados 26.767 eventos de chuvas extremas no Brasil, com crescimento acentuado a partir dos anos 2000.

Luis ROBAYO /AFP

Sem ações efetivas e em larga escala, as projeções do clima não são animadoras e indicam que essa tendência deve se agravar, com eventos climáticos extremos cada vez mais intensos e frequentes.

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Segundo o Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC), o regime pluviométrico mostra aumento de 30% na precipitação das regiões Sul e Sudeste até 2100, enquanto Norte e Nordeste podem registrar redução de até 40%.

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Paralelamente, a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) revela que a disponibilidade hídrica no país pode diminuir em até 40% até 2040.

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Outro dado que preocupa é o crescimento exponencial do número de pessoas afetadas por esses eventos extremo. Entre 1991 e 2023, aproximadamente 91,7 milhões de brasileiros foram impactados -- um aumento de 82 vezes comparado aos anos 1990.

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O impacto financeiro também é alarmante e os prejuízos econômicos totalizaram R$ 146,7 bilhões. Somente entre 2020 e 2023, as perdas chegaram a cerca de R$ 43 bilhões, valor 40 vezes superior aos R$ 1,1 bilhão da década de 1990.

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Para enfrentar esse cenário, especialistas defendem investimentos em políticas de prevenção e adaptação climática.

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"Medidas como planejamento urbano adequado, adaptar centros urbanos e contar com sistemas de alerta meteorológico eficazes têm o potencial de salvar vidas e reduzir significativamente os danos materiais", disse Juliana Baladelli Ribeiro, da Fundação Grupo Boticário.

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