ESG

Brasil deve abandonar o passado e focar em nova governança climática, diz Izabella Teixeira

Sofia Schuck

13 de junho de 2025 às 14:25

Leandro Fonseca/Exame

"O mundo mudou e não estamos mais discutindo o clima como antes. O Brasil também precisa mudar", defendeu Izabella Teixeira, atual presidente do Comitê Global de Sustentabilidade da Ambipar e ex-ministra do Meio Ambiente.

/AFP

Uma das maiores referências brasileiras em política climática e ambiental do país, Izabella acredita que o país precisa abandonar velhas práticas e desenvolver uma nova governança climática.

Renato Araújo/ABr/

"Todos devem ter papéis bem definidos e estruturados para que se corresponsabilizem pela visão e resultados que desejamos alcançar enquanto nação. O Brasil ainda insiste no passado", destacou a executiva, em entrevista à EXAME.

Em fevereiro deste ano, a executiva também passou a ser uma das líderes do T30, uma iniciativa inédita na América Latina que busca conectar empresas e fomentar soluções climáticas, com foco no diálogo entre setor privado e organizações internacionais.

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A nova governança proposta pela ex-ministra passa por superar o que ela chama de "miopia política" e construir soluções que considerem a natureza como "um ator político" que impactará cada vez mais a vida de todos nós.

Líder em energias renováveis e com abundância em minerais críticos e recursos naturais, o Brasil se posiciona como um grande provedor de soluções verdes para o mundo. Segundo Izabella, é preciso olhar ativamente para a economia e descarbonização.

Shutterstock/Divulgação

"Devemos fazer escolhas sobre nosso futuro. Será eletrificação na mobilidade? Vamos continuar com biomassa no agro?", exemplificou. "Estamos numa posição única, e além disso temos a paz como ativo, o que gera um leque de oportunidades", complementou.

Com a COP30 à vista em Belém do Pará, Izabella acredita que não se deve entender a conferência do clima como apenas um evento,"mas sim como um novo processo para mudar a escala de ambição do mundo em relação à questão climática".

/Getty Images

Para a executiva, o legado brasileiro da COP30 será provocar o debate mundial sobre a transição da terra. "Toda a discussão sobre desmatamento ilegal deveria acabar em 2030", disse. Esta, inclusive, é uma das metas-chave contempladas na nova NDC brasileira.

"Se aquecer a Amazônia, a Califórnia também esquenta. É bom entender as implicações locais, até para saber em que e onde investir", acrescentou a executiva.

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