ESG

"Bomba climática": em Davos, Carlos Nobre analisa saída americana do Acordo de Paris

Lia Rizzo

21 de janeiro de 2025 às 17:52

Flávio Santana/

"É pior do que está sendo noticiado", afirmou nesta terça-feira, (21), em Davos, uma das mais renomadas autoridades brasileiras em políticas ambientais e climáticas.

Em conversa com Carlos Nobre, a especialista se referia ao grande tema desta manhã nas conversas de cafezinho do Fórum Econômico Mundial: a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris.

Jim WATSON/AFP

As primeiras avaliações sobre a decisão anunciada ontem por Donald Trump, logo após sua posse - esperada, mas que ainda assim abalou a comunidade científicica mundial - são de que a saída americana do acordo terá consequências potencialmente mais graves que a primeira retirada.

Em entrevista exclusiva à EXAME, o cientista Carlos Nobre compartilhou suas percepções sobre impactos de curto e médio prazo, particularidades do momento atual, riscos sanitários e para as relações multilaterais e como a decisão reverbera na COP30.

Mario Tama/Getty Images/AFP

"Quando os Estados Unidos se retiram do Acordo de Paris uma semana depois que cidades inteiras na Califórnia foram apagadas do mapa, isso diz muito", destaca Nobre, referindo-se aos milhares de desabrigados e à destruição sem precedentes na região."É uma sinalização grave".

Para ele, com histórico de responsabilidade por 80% das emissões provenientes da queima de combustíveis fósseis, os EUA representam mais do que nunca, a peça-chave no combate às mudanças climáticas.

Tiziana FABI/AFP

O especialista ressalta que como segundo maior emissor atual depois da China e líder em emissões per capita a decisão do país pode desencadear um efeito dominó global ao relaxar seus compromissos ambientais. "É como uma licença para que outras nações sigam o mesmo caminho", diz.

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