31 de julho de 2025 às 17:31
Às margens de Belém, a Ilha do Combu é um refúgio na Amazônia que abriga uma comunidade ribeirinha de 1,5 mil pessoas. Desde 2024, a área de preservação ambiental é um patrimônio cultural do estado do Pará e acaba de ganhar uma agência do Sebrae para fomentar a bioeconomia.
A nova unidade abriu as portas nesta quarta-feira, 30, e irá funcionar como uma espécie de hub nas ilhas para apoiar o empreendedorismo local, oferecendo desde os serviços básicos de formalização de pequenos negócios até consultorias especializadas e venda de produtos.
Segundo o Sebrae, a ideia é fortalecer a riqueza da biodiversidade local aliando com o desenvolvimento sustentável e aproveitar o gancho da realização da COP30 em Belém do Pará para movimentar ainda mais o turismo e a economia na região.
Maria Ivaneide Franco Costa, da Associação de Mulheres Extrativistas do Combu, disse à EXAME que a agência também ajudará a população local a se preparar para receber os visitantes da COP em Belém.
A ilha já é conhecida por ser um arquipélago turístico, mas a expectativa é receber ainda mais visitantes durante a conferência que espera receber até 70 mil pessoas durante duas semanas.
Na região, o carro-chefe é o extrativismo sustentável da Andiroba, ativo natural que é extraído como óleo e depois se transforma em sabonete, creme e outros cosméticos.
A iniciativa contribui para a meta do Sebrae de alcançar 100% dos municípios paraenses com atendimento presencial, incluindo áreas insulares e rurais. No Combu, o trabalho não é de hoje: começou em 2019, quando havia apenas dois empreendedores formais.
O impacto da bioeconomia para o desenvolvimento da Amazônia é gigantesco e a agenda está em foco rumo à COP30. Segundo dados do WRI Brasil, este modelo pode gerar 312 mil empregos a mais e aumentar o PIB em R$ 40 bilhões em apenas três décadas.