29 de julho de 2025 às 18:28
O entrave entre Austrália e Turquia para sediar a 31º Conferência do Clima das Nações Unidas (COP31) em 2026 segue vivo a poucos meses das negociações em Belém do Pará, mas ganhou um novo capítulo com o pedido direto da ONU por uma "decisão imediata e rápida".
Simon Stiell, secretário executivo da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, alertou nesta segunda-feira, 28, que o impasse está prejudicando os preparativos e foi enfático ao classificar o adiamento como "inútil e desnecessário".
As duas nações enviaram candidaturas formalmente em 2022, "mas desde então se recusaram a ceder espaço um ao outro” e a disputa política se intensifica. “Esse atraso é prejudicial ao processo. Em negociações complexas como as da COP, a falta de clareza só gera tensões".
Tradicionalmente, o processo para escolher o anfitrião da grande conferência do clima segue o rodízio entre os cinco grupos regionais da ONU: África, América Latina e Caribe, Ásia e Pacífico, Europa Ocidental e outros, e Europa Oriental.
A escolha do Brasil como anfitrião de 2025 foi confirmada pelo grupo da América Latina e Caribe na COP28 de Dubai e agora é a vez da Europa Ocidental e Outros (WEOG).
A decisão depende da aprovação unânime dos 28 países membros e já era esperada na última COP29, em Baku, aumentando as expectativas de resoluções a portas fechadas.
Com o atraso inicial, a ONU havia estabelecido o prazo de junho para que o grupo chegasse a um consenso e a possibilidade de acontecer durante a COP em Belém coloca em xeque o processo.