11 de abril de 2025 às 10:38
"A Agenda Verde foi uma conquista, de realmente colocar luz nas oportunidades e objetivos que têm mais relação com o que as empresas podem fazer no seu dia a dia para se tornarem mais sustentáveis", disse à EXAME Cristiane Cortez, assessora técnica da FecomercioSP.
A poucos meses da Conferência de Mudanças Climáticas da ONU (COP30) em Belém do Pará, o documento estabelece 12 ações ambientais prioritárias para o Brasil liderar a pauta climática global e avançar na implementação das metas nacionais, ao alinhar empresas e governo.
A nova NDC brasileira se compromete com a redução entre 59% e 67% das emissões de gases estufa na atmosfera até 2035, em comparação com os níveis de 2005.
Segundo Cristiane, as ações foram pensadas considerando especialmente o que o comércio pode implementar na prática. "O mais palpável é a economia circular, porque estas práticas influenciam toda indústria", destacou.
Além disso, a Agenda Verde pretende alcançar tanto grandes companhias quanto pequenos negócios, mostrando que "soluções de baixo custo que já existem" e podem ser adotadas em larga escala. Como próximo passo, o documento será articulado junto ao governo federal.
O fim do desmatamento ilegal foi apontado como o principal objetivo ambiental do Brasil a curto prazo. Segundo dados, quase metade (48%) das emissões de gases de efeito estufa nacionais são provenientes de mudanças no uso da terra.
O setor de comércio e bens de serviço tem papel fundamental na gestão de resíduos, mas o Brasil enfrenta entraves significativos. Atualmente, apenas 4% dos resíduos são reciclados no país. A Federação defende a criação de incentivos econômicos, regulamentação e mudança cultural.
A agenda foi estruturada em seis eixos principais: promoção da economia circular, adoção de padrões mais eficientes de consumo de água e eletricidade, combate efetivo à poluição atmosférica, regulação do mercado de carbono, transição energética e fim do desmatamento.