ESG

Acordo de descarbonização marítima abre oceano de oportunidades

EXAME Plural

13 de maio de 2025 às 13:57

Divulgação/Divulgação

Por Tatiana Matiello Cymbalista: Mudamos a rota do carbono na navegação. O setor de transporte marítimo, responsável por mais de 80% do comércio global e por 3% das emissões mundiais de gases de efeito estufa, tem agora a meta de zerar as emissões líquidas de carbono até 2050.

É o que diz o acordo histórico aprovado recentemente pela Organização Marítima Internacional (IMO), a agência da ONU que regula o setor.

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A decisão tem implicações profundas para todo o comércio internacional, para a indústria naval e, de maneira mais ampla, para todas as nações que dependem do modal marítimo.

Leandro Fonseca/Exame

Mais do que isso, tem um significado único para as negociações climáticas em geral. O pacto, aplicável aos 176 Estados-membros da organização, representa um novo patamar de compromisso climático no setor.

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Além do net zero em 2050, ele estabelece metas anuais intermediárias de 2028 a 2050, e direciona para o uso progressivo de combustíveis de baixo carbono e tecnologias limpas.

AFP/

Os navios que descumprirem as metas de redução terão que pagar taxas e multa por tonelada de CO2 equivalente acima do limite.

Os recursos arrecadados irão para um fundo que recompensará as embarcações com emissão próxima a zero, mecanismo que será complementado por um sistema de comercialização de créditos de carbono interno ao setor.

Germano Lüders/Exame

A aplicação do acordo demandará nova regulação no Brasil, tanto para entronizar os limites de emissão das embarcações, quanto para incentivar investimentos em infraestrutura portuária sustentável.

Will Tyndall / US NAVY /AFP

As empresas brasileiras precisarão se adaptar às novas diretrizes internacionais, sob pena de sofrerem restrições comerciais e aumento de custos operacionais, além dos prejuízos reputacionais em outros mercados.

O Brasil tende a obter vantagens comparativas no setor, caso consiga implementar as mudanças estimuladas pelo acordo.<br />

Tatiana Matiello Cymbalista é sócia da Manesco Advogados e Mestre em Administração Pública pela Harvard Kennedy School e doutora em Direito pela Université Panthéon-Assas.

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