24 de fevereiro de 2025 às 16:33
O anúncio da Accenture de encerrar suas metas globais de diversidade e inclusão, feito em 7 de fevereiro, intensificou as ondas de choque no mercado corporativo global já estimuladas por outras gigantes como Meta, Google e McDonald's.
A surpresa não veio apenas pela decisão em si - que inclui o fim das metas de representatividade estabelecidas em 2017 e a descontinuação de programas específicos para grupos demográficos - mas principalmente pelo protagonismo da consultoria na defesa dessas políticas.
E ao que tudo indica, também a operação brasileira da consultoria foi pega desprevenida. O escritório local preparava para dias depois, um encontro intitulado "Inclusão e Diversidade como estratégia para o mercado", quando chegou o memorando global da CEO Julie Sweet.
Há dois dias, na sexta-feira, 21, veio o quase posicionamento da Accenture Brasil, através de mensagem do CEO Rodolfo Eschenbach no LinkedIn - um dia depois da data prevista para o evento sobre DE&I, que foi desmarcado.
"O que estamos fazendo é deixar de 'contar' diferenças", afirmou Eschenbach, enfatizando que a empresa quer "contar com nossas pessoas" para manter a Accenture como referência em desenvolvimento profissional no Brasil. A postagem causou reações diversas.
Algumas, em apoio, ressaltaram que a mudança dá lugar a uma maior valorização das competências técnicas. Já os comentários contrários destacaram o fato de a foto que ilustra a postagem do executiva ser composta majoritariamente por profissionais brancos.
Embora outras tantas corporações já tivessem recuado em compromissos similares, a Accenture se destacava por ter transformado a diversidade em elemento central de sua estratégia de negócios, oferecendo inclusive serviços de consultoria em DE&I para seus clientes no mundo todo.