6 de fevereiro de 2025 às 11:38
Marcada por décadas de exclusão, a zona portuária do Rio de Janeiro, que reúne os bairros da Saúde, Gamboa e Santo Cristo, vivenciou um prolongado ciclo de isolamento econômico. Essa parte da cidade ficou conhecida como Pequena África.
Símbolo do complexo histórico, destaca se ali a Pedra do Sal, formação rochosa situada na Saúde. O monumento recebeu esse nome em referência ao desembarque de sal importado de Portugal, um dos árduos trabalhos exercidos por africanos.
Hoje, entre os antigos casarões e pontos históricos dessa diáspora negra está a sede da L’Oréal, que completa 65 anos no Brasil. A multinacional francesa do ramo de beleza passou a ocupar um espaço próximo ao porto em 2017, ano da revitalização da Pequena África.
O desafio de representar a história da região e sua população teve de ser incorporado na estratégia do negócio, de acordo com Marcelo Zimet, CEO da companhia.
“É uma história triste, mas que precisa ser relembrada. A L’Oréal, enquanto empresa, não consegue mudar o mundo, mas pode impactar positivamente as comunidades que estão próximas", afirma com exclusividade à EXAME.
A ação mais recente do programa de impacto social da iniciativa foi a criação da primeira turma do Beleza Mais Diversa, curso de aceleração e capacitação de influenciadores negros.
Em parceria com o TikTok, plataforma de vídeos, e a YouPix, empresa da economia dos creators, 50 jovens passaram por uma aceleração em sua carreira enquanto criadores de conteúdo, com mentorias aplicadas por alguns dos influenciadores negros mais seguidos do país.
A atriz e apresentadora Taís Araújo, que também é porta-voz da L’Oréal, esteve presente na formatura do Beleza Mais Diversa. “Entender a diferença enquanto riqueza é o grande lance do negócio, ainda mais em um país como o Brasil", diz.
Segundo a consultoria de mercado Euromonitor, foram gastos 34,2 bilhões de dólares na área de beleza e cuidados pessoais em 2023 no Brasil. Produtos com cabelos somaram 5,6 bilhões e maquiagens totalizaram gastos de 2,27 bilhões.
Outra iniciativa do grupo, voltada para a inclusão produtiva da população ao redor da sede, é a Escola de Beleza da Pequena África. O projeto busca capacitar mulheres em vulnerabilidade social para que sejam cabeleireiras, auxiliares de cabeleireiras, barbeiras ou manicures.