18 de julho de 2025 às 18:02
Do cafezinho de toda manhã ao bolinho das tardes, uma coisa é comum às tradições brasileiras: o consumo excessivo de açúcar. Cada brasileiro chega a consumir 50% acima do recomendado pela Organização Mundial da Saúde.
Por isso, um movimento de mercado baixo em açúcar surgiu nos últimos anos, buscando aplacar o consumo dos doces especialmente entre o público mais jovem.
Essa é a meta da Danone, companhia de produtos lácteos, que investe em pesquisa e desenvolvimento. Em primeira mão, a fabricante divulgou seu plano para reduzir a porcentagem de açúcar no Danoninho, carro-chefe na linha infantil, no Brasil: de 11,5% para 10%.
O trabalho é árduo: ao mesmo tempo em que precisa vender produtos e garantir a satisfação do consumidor com a fórmula, a empresa atua para alterar a quantidade de açúcares adicionados de forma tímida, sem causar estranhamento ao consumidor.
Ao longo dos anos, no entanto, a redução é clara: com a diminuição no próximo semestre, a quantidade de açúcares passa de 25% nos anos 1990 para 10%. Nos demais países, essa taxa deve ser alcançada até o final do ano.
O diretor de pesquisa e inovação para a Danone América Latina, Gustavo Alvarez, contou sobre os avanços nesse cenário. "Devemos atingir ainda este ano 45% menos açúcar em comparação com nosso principal concorrente brasileiro", afirmou.
“Para reduzir o açúcar, é preciso adaptar o gosto de quem compra. O mercado brasileiro ainda não está pronto para uma redução maior. Se reduzirmos muito, não vendemos”, afirma Camillo Wittica, vice-presidente de relações-públicas da Danone Brasil.
Para avaliar esse processo, a companhia realiza testes locais com o consumidor no Centro de Inovação Paris-Saclay. A área abriga centros de pesquisa, universidades de alto nível e escolas de engenharia. É nesse ambiente em que são feitos testes sobre cada lançamento.
Boa parte das ideias leva anos até as prateleiras de supermercados. De acordo com Marion Meslin, líder de comunicação externa do centro de inovação da Danone, o YoPro, linha de bebidas focada na ingestão de proteínas, levou nove anos de desenvolvido.