ESG

A biomassa pode liderar a transição energética no Brasil?

Da Redação

29 de maio de 2025 às 11:09

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O Brasil se destaca no cenário global da transição energética pela alta participação de fontes renováveis na matriz elétrica e pela forte presença dos biocombustíveis no transporte terrestre.

Monty Rakusen/Getty Images

Há, porém, outra possibilidade ainda pouco explorada: o uso da biomassa para gerar calor, eletricidade e biocombustíveis avançados.<br /> A COP30, que ocorrerá em Belém, será uma oportunidade para o país se posicionar ainda mais como referência internacional nesse processo.

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Além da cana-de-açúcar, cujo bagaço já é amplamente aproveitado, uma ampla variedade de resíduos representa um verdadeiro tesouro energético ainda subutilizado. No campo, se destacam: casca de arroz, palha de soja, Capim-elefante, sabugo de milho e resíduos florestais.

Leandro Fonseca/Exame

Além disso, o país gera mais de 300 milhões de toneladas anuais de esterco bovino, com potencial para gerar até 15% da eletricidade do país via biogás. No Nordeste, culturas adaptadas como a palma forrageira podem alimentar biodigestores, gerando biogás e biometano.

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A transformação dos resíduos vai além da queima direta. Tecnologias como a biodigestão anaeróbica produzem biogás, que pode ser purificado a biometano — um substituto direto do gás natural e do diesel.

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A gaseificação permite a produção de gás de síntese, utilizável em motores, turbinas ou como insumo para químicos e combustíveis avançados. Já a pirólise resulta em bio-óleo e biochar, este último um importante condicionador de solos e sequestrador de carbono.

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Outro avanço promissor é a produção de combustível sustentável de aviação (SAF). A partir da gaseificação de resíduos, é possível atender à crescente demanda global por alternativas ao querosene fóssil.

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Com expertise em biocombustíveis e vasta disponibilidade de matéria-prima, o Brasil tem uma posição estratégica para liderar este mercado e as tecnologias ampliam a viabilidade da biomassa como solução energética, ambiental e econômica.

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Na geração de energia térmica, a biomassa já é a segunda maior fonte do Brasil, respondendo por 22% do consumo industrial. No entanto, o potencial é ainda maior: apenas 8% do aço brasileiro é produzido com carvão vegetal, e diversas indústrias podem migrar.

Leandro Fonseca/Exame

A COP30 será uma vitrine para o Brasil apresentar soluções baseadas em resíduos que unem energia, clima e agricultura. O aproveitamento energético de rejeitos também reduz passivos ambientais, como as emissões de metano oriundas de aterros e da decomposição de orgânicos.

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