27 de janeiro de 2025 às 12:01
Um estudo publicado no Journal of Applied Ecology revela um cenário preocupante para a biodiversidade do Pantanal brasileira. De acordo com a pesquisa, mais de 80% das espécies de anfíbios da região devem ter seus habitats reduzidos drasticamente até 2100.
O diagnóstico, causado pelas mudanças climáticas, é ainda mais alarmante quando se analisa a Bacia do Alto Paraguai, onde a perda de espécies semiaquáticas pode atingir 99% da área.
A situação é agravada pela baixa efetividade das áreas de proteção ambiental existentes, que cobrem apenas 6% da região e protegem menos de 5% da distribuição geográfica dos anfíbios.
A pesquisa, que analisou dados de 73 unidades de conservação, revelou que somente 13,7% das áreas protegidas existentes apresentam desempenho superior a áreas escolhidas aleatoriamente na proteção de anfíbios, com a maioria sendo terras indígenas.
Uma possível saída para este cenário está alinhada com o Quadro Global de Biodiversidade Pós-2020, conhecido como Meta 30×30, que propõe expandir as áreas protegidas de 17% para 30% das superfícies de terra, mar e águas interiores até 2030.
"Se implementada, a meta poderia garantir a proteção de quase 50% da área de ocorrência dos anfíbios no Pantanal, um avanço 10 vezes superior à proteção oferecida pela rede atual de áreas protegidas", destaca Mario R. Moura, autor sênior do estudo.