16 de junho de 2025 às 19:00
A escalada do conflito entre Israel e o Irã poderá ter efeito na economia global e impactar os preços de produtos no Brasil, como os combustíveis, e aumentar o custo da logística, segundo analistas ouvidos pela EXAME.
A perspectiva é que se o conflito avançar para uma guerra total, o petróleo possa atingir US$ 150 ou mais.
O aumento nas tensões no Oriente Médio resultou em uma alta de 7,02% do petróleo tipo Brent (referência mundial), com o barril chegando a US$ 74,23 nesta sexta, 13. Na semana, a commodity teve valorização de 12,37%.
O Irã é um importante produtor de petróleo, com geração de 3,3 milhões de barris diários. O país representa quase 5% de toda a produção mundial.
David Fyfe, economista-chefe da Argus, afirma que a perspectiva é que os preços permaneçam elevados, com possibilidade de bater US$ 85 por barril do tipo Brent.
Fyfe diz que enquanto não existir um bloqueio do Estreito de Ormuz, região que passa 21% de todo o petróleo do planeta, outros produtores da Opep+ podem ser incentivados a aumentar a oferta para conter a tendência ascendente dos preços do petróleo.
Segundo Sidney Lima, analista da Ouro Preto Investimentos, no curto prazo, a alta do petróleo alimenta preocupações inflacionárias. O especialista afirma que cada acréscimo de US$ 10 por barril tende a elevar a inflação em cerca de 0,2 ponto percentual.
Sérgio Araujo, presidente executivo da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), diz que ainda existe muita especulação e é recomendável aguardar a estabilização do mercado, que deve ocorrer nos próximos dias, para verificar os novos patamares
Araujo diz que não é previsto um impacto imediato nos preços dos combustíveis no Brasil, mas caso a tensão persista, existirá a tendência é de aumento dos preços no mercado internacional e consequente aumento nos preços dos produtores privados nacionais e, também, dos importados