Ciência

O gato cientista que ajudou a descobrir dois vírus de alta periculosidade

Mateus Omena

18 de julho de 2025 às 20:13

Karen Bleier/AFP

Caçar ratos, dormir o dia inteiro e arranhar todos os objetos que estão à vista é uma das coisas mais esperadas aos gatos.

No entanto, um felino tem mostrado habilidades pouco comuns para os outros animais, especialmente por ajudar cientistas a desvendar o mistério por trás de um vírus.

Arquivo Pessoal/John Lednicky./Divulgação

Pepper, o gato de estimação do virologista John Lednicky, da Universidade da Flórida (EUA), foi responsável por identificar uma nova cepa de orthoreovirus, um tipo de vírus da família Reoviridae, que afetava um musaranho-de-cauda-curta (Blarina peninsulae) em Everglades.

Arquivo Pessoal/John Lednicky./Divulgação

A jornada para a identificação do vírus começou quando Pepper trouxe o musaranho morto para Lednicky, que inicialmente acreditava que o animal poderia estar infectado com o vírus da varíola do veado-mudo (deerpox virus).

Ao realizar os testes, o virologista percebeu que o musaranho não carregava esse vírus, mas sim uma cepa inédita de orthoreovirus.

Getty Images/

Esse tipo de vírus, pertencente à família Reoviridae, já era conhecido por infectar mamíferos, incluindo humanos e outras espécies, como morcegos e cariacus.

Naeblys/Getty Images

A pesquisa revelou que, embora ainda não se saiba exatamente os efeitos do orthoreovirus nos seres humanos, ele tem sido associado a doenças como encefalite, meningite e gastroenterite, principalmente em crianças.

Emily DeRuyter, principal autora do estudo, afirmou que muitos vírus do gênero orthoreovirus eram inicialmente considerados inofensivos, mas recentemente passaram a ser relacionados a doenças respiratórias e do sistema nervoso central.