23 de junho de 2025 às 17:52
Pesquisadores de diversas partes do mundo têm manifestado preocupação com a possibilidade de que a criação de bactérias sintéticas, uma área emergente da biotecnologia, possa representar uma ameaça significativa à vida no planeta.
Especialistas pediram uma ação coordenada entre países para impedir a criação de organismos conhecidos como "vida espelhada" — micróbios fabricados que poderiam ter consequências devastadoras para os ecossistemas naturais e a saúde humana.
A principal preocupação é que esses micróbios, desenvolvidos a partir de alterações no fenômeno natural da quiralidade, poderiam driblar as defesas imunológicas dos organismos vivos.
O conceito de "vida espelhada" decorre de um princípio químico identificado no século XIX por Louis Pasteur, que descreveu a quiralidade — a capacidade de uma molécula existir em duas formas que são imagens espelhadas uma da outra.
Essa particularidade poderia ser usada para criar organismos cuja estrutura química seja alterada de forma a enganar o sistema imunológico dos seres vivos, permitindo sua proliferação sem ser reconhecida como ameaça.
A possibilidade de criar micróbios de "vida espelhada" foi discutida de forma aprofundada por especialistas, que afirmam que a criação desses organismos poderia comprometer sistemas de biocontenção, já que o risco de falhas humanas ou de mau uso dos laboratórios é elevado.
Com o avanço da biotecnologia e a capacidade crescente de modificar organismos vivos, a possibilidade de criar micróbios espelhados está se tornando uma realidade cada vez mais tangível.
Especialistas preveem que essas bactérias manufaturadas podem se tornar viáveis dentro de 10 a 30 anos, utilizando tecnologias como a edição genética e a criação de células sintéticas a partir de componentes não vivos.