5 de março de 2025 às 09:58
A retomada das discussões no Congresso sobre o voto distrital misto nas eleições é uma resposta dos líderes do Centrão ao temor dos parlamentares desse bloco de que sejam derrotados nas urnas em 2026 por youtubers e influencers com milhões de seguidores nas redes sociais.
A EXAME conversou nas últimas semanas com líderes partidários e membros do governo que acompanham a discussão e relataram as preocupações dos políticos tradicionais.
Parte desse processo de renovação no Legislativo começou em 2018, com a eleição de Jair Bolsonaro para presidente da República, e se estendeu pelos pleitos eleitorais seguintes, nos níveis municipal, estadual e federal.
A preocupação agora é que, sem sinais de trégua na polarização política, mais influenciadores digitais, coachs e streamers decidam disputar as eleições de 2026.
Com o voto distrital misto, a avaliação é de que as lideranças políticas tradicionais garantiriam parte das vagas pela maior identificação com a sua comunidade.
Os argumentos dos políticos para esse sistema é de que os custos para percorrer todo o estado são elevados. E esse sistema baratearia o processo eleitoral.
Os críticos, entretanto, afirmam que o voto distrital misto tende a perpetuar os políticos tradicionais nas câmaras e assembleias legislativas, sem a possibilidade de renovação.
O sistema de voto distrital misto combina o voto proporcional com o distrital. Pela proposta aprovada pelo Senado, o eleitor faria duas escolhas na urna: o candidato de seu respectivo distrito e o partido de sua preferência.
As cadeiras das casas legislativas seriam preenchidas primeiro pelos candidatos eleitos pelo voto distrital. Esgotadas essas vagas, as cadeiras remanescentes seriam distribuídas entre candidatos dos partidos mais bem votados.