EXAME Agro

Como a Coca-Cola — e Trump — podem 'bagunçar' o mercado global de açúcar

César H. S. Rezende

23 de julho de 2025 às 17:53

Brendan SMIALOWSKI / AFP/

A Coca-Cola anunciou que começará a utilizar açúcar de cana em sua produção nos Estados Unidos, uma mudança promovida por Donald Trump.

A medida pode aumentar a demanda por açúcar e afetar as importações.

NurPhoto / Colaborador/Getty Images

A troca do xarope de milho por açúcar de cana gerará a necessidade de mais importações, especialmente do Brasil, principal fornecedor, mas a sobretaxa de 50% imposta por Trump pode complicar o comércio.

Se a Coca-Cola decidir trocar toda a sua linha de produtos para adoçante de cana, a bebida demandará cerca de 1,5 milhão de toneladas de açúcar por ano, segundo levantamento da Datagro Consultoria.

Monty Rakusen/Getty Images

Segundo a Datagro, a mudança pode impactar significativamente o balanço mundial de açúcar e também nos preços da bebida nos EUA, já que o açúcar é 40% mais caro do que o xarope de milho.

Para o ano comercial 2025/26, as projeções indicam um superávit global de 900 mil toneladas — ou seja, uma "sobra" da produção global.

James Yarema/Unsplash

Contudo, com a nova demanda da Coca-Cola, esse cenário pode se transformar em um déficit de aproximadamente 500 mil toneladas, afirma a consultoria.

A Coca-Cola lançará uma versão da bebida com açúcar de cana produzido nos EUA no outono de 2025. A mudança pode afetar o mercado global de açúcar, com possíveis ajustes nos preços e no equilíbrio de oferta e demanda.

Quem vai fornecer a cana-de-açúcar para a Coca-Cola de Trump?