EXAME Agro

A história da pesquisadora brasileira que recebeu o "Nobel da Agricultura"

César H. S. Rezende

22 de maio de 2025 às 19:01

Embrapa/Divulgação

Mariangela Hungria dedicou mais de 40 anos ao desenvolvimento de tecnologias baseadas em microrganismos do solo para substituir fertilizantes químicos, com destaque para a inoculação da soja com bactérias fixadoras de nitrogênio.

Em 2024, essa tecnologia gerou uma economia de US$ 25 bilhões ao dispensar adubos nitrogenados e evitou a emissão de mais de 230 milhões de toneladas de CO₂. A inoculação da soja é usada em 85% da área cultivada, cerca de 40 milhões de hectares.

Branex/Getty Images

Além da soja, Mariangela lidera pesquisas que criaram tecnologias para o feijão, milho, trigo e pastagens, promovendo redução de até 25% no uso de fertilizantes nitrogenados em milho, com ganhos econômicos e ambientais para o Brasil.

A pesquisadora da Embrapa foi laureada com o World Food Prize 2025, conhecido como o “Nobel” da agricultura, pelo desenvolvimento de tecnologias que substituem fertilizantes químicos por microrganismos benéficos.

New Holland/Divulgação

O prêmio é concedido anualmente a personalidades que avançam a segurança alimentar global. Mariangela atua há mais de 40 anos em microbiologia do solo e fixação biológica de nitrogênio, com tecnologias amplamente adotadas no Brasil e América do Sul.

“Produzir mais com menos insumos e menor impacto ambiental é o caminho para uma agricultura sustentável”, reforça Mariangela Hungria.