EXAME Agro

A canetada de Milei que pode custar bilhões ao agro da Argentina — e começa a valer em 1º de julho

César H. S. Rezende

30 de junho de 2025 às 15:45

Juan Mabromata/AFP

O governo de Javier Milei anunciou o aumento das taxas de exportação (retenciones) para soja (33%), milho (12%) e girassol (7%), com efeitos a partir de 1º de julho.

A alíquota sobre trigo e cevada permanece em 9,5%, enquanto o imposto sobre farinha de trigo foi reduzido para 5,5%.

Embrapa/Agência Brasil

O aumento das taxas, uma medida que visa aumentar a arrecadação do governo, gerou preocupações no setor agrícola.

A decisão ocorre em meio a uma recuperação esperada na produção de soja e milho, com uma previsão de 50,3 milhões de toneladas de soja e 49 milhões de toneladas de milho para a safra 2024/25.

Getty Images/Getty Images

Durante sua campanha, Milei prometeu reduzir ou eliminar as retenciones, mas o governo decidiu reverter as reduções implementadas no início do mandato, como o corte do imposto sobre a soja de 33% para 26%.

As críticas das entidades do setor, como a Confederação Rural Argentina (CRA) e a Coninagro, apontam prejuízos para os produtores.

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"Estamos no caminho certo, e é por isso que digo moderação. Vamos esperar um pouco", afirmou Nicolás Pino, presidente da Sociedade Rural Argentina.

O aumento das taxas coincide com a primeira exportação de farelo de soja para a China, marcando um teste importante para o mercado. A expectativa é que a produção agrícola argentina continue sua recuperação, apesar das novas medidas fiscais.

Governo Milei aumenta imposto sobre exportação de soja e milho na Argentina