Em busca de histórias épicas no mercado financeiro, o escritório de investimentos Legend surgiu em 2020 com o objetivo de destravar, diariamente, o potencial inovador dos negócios dos clientes. Objetivo que passa por fornecer informações e análises relevantes. E é por isso que a empresa lança agora o Legend Epic Talks.
“É uma série de entrevistas com convidados muito mais que importantes para ajudar a entender melhor a dinâmica do dia a dia de seus investimentos e do mercado”, explica, no episódio de estreia, Pedro Salles, sócio-fundador da Legend Investimentos.
Ao lado de Sergio Eraldo Salles Pinto, conselheiro da Legend, Pedro Salles recebeu, para a primeira entrevista, o deputado federal por Alagoas Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados.
Nascido em Maceió há 52 anos, Lira está perto de completar 30 anos de trajetória na política, sempre atuando no Poder Legislativo.
Primeiro foi vereador, depois deputado estadual e, desde 2011, deputado federal. Lira foi também líder do Progressistas (PP) na Casa, assim como presidente da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania e da Comissão Mista de Orçamento do Congresso Nacional.
Na entrevista (veja acima, na íntegra), Lira fala sobre o papel e os desafios da Câmara dos Deputados. “A Câmara vive em permanente ebulição. Ela se transforma muito de acordo com os momentos sociais e políticos do país. É sem sombra de dúvidas a Casa mais democrática, mais aberta, mais acessível e também a mais criticada. Temos ali 513 cabeças que pensam diferente”, diz Lira.
Para o presidente da Câmara, um de seus maiores desafios, portanto, é saber ouvir, pedir paciência e tentar ao máximo ser um “árbitro em todas as posições, sobretudo prezando pela autonomia do Poder Legislativo em toda sua altivez para que cumpra seu papel constitucional”.
De acordo com Lira, “vivemos num sistema presidencialista, por plebiscito, com uma Constituição parlamentarista na sua tese”. Isso, segundo ele, causa algumas dificuldades, como o excesso de partidos e a coalisão de governos.
“Qualquer presidente do Brasil hoje; dos partidos que já passaram, do presidente Collor até o presidente Bolsonaro, sempre teve muitas dificuldades em formar sua base política justamente por essa amplitude partidária sem uma ideologia definida. São partidos que pensam muito parecido, mas cada um tem uma vertente de existência”, diz Lira.
Em relação às reformas tributária, administrativa e política, Lira admite o senso de urgência, mas fala dos entraves para que elas saiam do papel, como a amplitude da legislação, os subsídios dados a diversos setores e as próprias diferenças regionais e estruturais do país.
“A sociedade brasileira pede reformas estruturantes, tanto a administrativa quanto a tributária. É a unanimidade, mas dificilmente você consegue convergir temas unânimes quando chega no umbigo de cada um”, afirma.
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Outro tema debatido durante o Legend Epic Talks foram as oportunidades de privatizações e as perspectivas do que está por vir. “Nós perdemos o ano de 2020”, diz Lira. Segundo ele, houve um desencontro entre o que o eleitor que votou no atual governo pensa e o que foi realizado. “Muitas vezes processos saíam de pauta por causa de acordos políticos internos”.
Para o político, isso fez com que decisões em torno da privatização de empresas como Correios e Eletrobras também fossem postergadas. O lado bom, diz Lira, é que o relator tem feito seu papel para deixar os deputados conscientes, concordando ou não, no que estão votando. “Isso tem dado respaldo às votações da Câmara”.