Examinando: entenda o que é a internet das coisas

Vídeo explica o que é e como está o avanço dessa tendência que surge na tecnologia e que pode alterar comportamentos e a vida em sociedade

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Você está no trabalho, olha o celular e abre uma mensagem da sua geladeira te avisando que acabaram os ovos e o leite. Então você não tem outra opção e precisa passar no supermercado, mas tá aquele dia de verão, 38º e tudo que você quer é chegar em um lugar fresco. Você tira o telefone do bolso e manda uma mensagem para o seu ar condicionado pedindo pra ele deixar a casa a 17º, que você logo logo chega. Parece um roteiro de um filme de ficção tecnológica, mas é a previsão de como as coisas podem funcionar em um futuro próximo. E na verdade, em alguns casos, de como elas já estão funcionando.

A responsável por toda essa mudança de costumes é a chamada Internet das Coisas. Apesar do nome já ser bastante sugestivo, no Examinando de hoje nós vamos te explicar o que é e como está o avanço dessa tendência que surge na tecnologia e que pode alterar comportamentos e a vida na sociedade.

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Quando alguém entrar em um carro, uma câmera vai fazer o reconhecimento do rosto do motorista, e em seguida vai oferecer informações sobre seu cotidiano, recomendar músicas e orientações pra acionar o GPS. Se o sistema não reconhecer a pessoa, ele tira uma foto e manda as informações para o celular do dono, evitando roubos. Esse é um exemplo de como seria um carro dentro de um ambiente da Internet das Coisas.

A tecnologia promete tornar casas, empresas e cidades inteiras mais conectadas e inteligentes. E também que cada vez mais, o mundo físico e o digital se tornem um só. Apesar de ter um ar de algo muito futurístico, o conceito de conectar objetos é discutido desde 1991. E o termo “Internet das Coisas” foi proposto pela primeira vez há mais de 20 anos. Na prática, o conceito é o de uma enorme rede de dispositivos conectados entre si.

E um dos enganos é achar que tudo isso ainda é algo para o futuro. Muita coisa ainda é estudada e desenvolvida, mas a Internet das Coisas já tem diversas aplicações na organização do trânsito, na agilização de tratamentos médicos e também na preservação do meio ambiente. O Fórum Econômico Mundial listou seis áreas em que a tecnologia é usada para melhorias.

A primeira são as cidades inteligentes. Na Europa, o uso de água para irrigação em jardins e fontes públicas já é controlado digitalmente, evitando desperdícios. O mesmo acontece com o sistema de iluminação pública, que tem postes com sensores de presença, que também são usados como roteadores de Wi-Fi. Essa aplicação nas cidades é ainda mais importante se a gente considerar que hoje, mais da metade da população mundial já vive em ambientes urbanos. Em 2050, a previsão da ONU é de que dois terços das pessoas morem nas cidades.

A segunda área que já faz uso de objetos conectados pela Internet das Coisas é a do meio ambiente. Em algumas cidades como em Londres, a população recebe dispositivos que avisam sobre a qualidade do ar e da água em cada região. O campo também se beneficia da internet das coisas. Na Califórnia, drones que fazem imagens aéreas e sensores de qualidade do solo ajudam os produtores a identificar os melhores locais para plantar as novas safras. A aplicação foi feita depois que uma seca histórica prejudicou os agricultores da região. A utilização na agricultura também já é aplicada aqui no Brasil.

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Os outros setores já beneficiados pela tecnologia são o combate ao desperdício de alimentos e na saúde. Diversos aparelhos como pulseiras e relógios já são usadas para controlar sinais vitais de pacientes que estão no hospital ou até mesmo em casa. A internet das coisas também se tornou uma aliada contra o câncer de mama. Já há dispositivos que detectam a presença de células da doença de uma forma mais eficaz que os exames convencionais.

Apesar dos exemplos do Fórum Econômico Mundial apontarem para setores grandes e de forte impacto na economia e na sociedade, outras aplicações da Internet das Coisas influenciam diretamente no dia a dia das pessoas. Como um aspirador de pó robô que pode ser programado para limpar a casa depois da hora de dormir; ou lâmpadas que mudam de cor de acordo com a luminosidade da hora do dia ou que se apagam quando todos saem; ainda pode ser um ar-condicionado que se ativa sozinho minutos antes de você chegar, deixando o ambiente na temperatura ideal ou fogões que cortam o fornecimento de gás e avisam ao detectar um vazamento.

A realidade da Internet das Coisas tá batendo à nossa porta. Mas será que aqui no Brasil estamos totalmente prontos pra ela? A resposta depende do ponto de vista. Pelo lado técnico já vimos que sim. A tecnologia já é desenvolvida e utilizada em diversos setores e a implementação da rede 5G vai acelerar ainda mais o avanço da aplicação da Internet das Coisas.

Mas e do lado regulatório? Um estudo de uma consultoria norte-americana apontou oito pontos-chave para a regulamentação da Internet das Coisas. Entre eles são destacados que é preciso ter uma boa governança e também entender os riscos que os dispositivos conectados apresentam pra todos os envolvidos. Também é necessário que as empresas desenvolvendo essa tecnologia garantam a segurança das pessoas envolvidas no processo de produção.

E um dos principais pontos a se destacar é o uso dos dados. A Internet das Coisas tem um grande potencial pra facilitar o dia a dia das pessoas e resolver problemas, mas não podemos esquecer que em contrapartida está o uso dos nossos dados. Para manter tudo conectado e para integrar o mundo digital ao físico, nossas informações são compartilhadas em uma rede gigantesca de dados. E logo surge a dúvida sobre quem e como vão fazer uso dessas informações.

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