“Criativo é quem faz o que todo mundo faz, mas de um jeito que ninguém espera”, diz Alex Atala

Chef do estrelado D.O.M, ele é um dos entrevistados do Limonada, programa da Oficina Reserva que presta um tributo aos empreendedores brasileiros

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Publicado em 29 de janeiro de 2024 às 12h00.

Última atualização em 29 de janeiro de 2024 às 12h09.

Apresentado por: Oficina Reserva

"Ó céus, ó vida, ó isso, ó aquilo... Coisa mais chata gente que só vive reclamando da vida!”, Rony Meisler desabafou, em um post, em janeiro de 2013. CEO e fundador da Reserva, o empresário fez essa postagem para comunicar que a loja da marca nos Jardins, em São Paulo, havia sido assaltada há cerca de um mês antes. De madrugada, os bandidos espatifaram a vidraça e levaram o que encontraram pela frente. “Nossa incrível equipe se reuniu de manhã, limpou e reorganizou a loja e não apenas a abriu (sem vidro na vitrine) como bateu a meta do dia às 16h”, Meisler informou no mesmo post.

O que a equipe da loja fez diante do ocorrido — pouco antes do Natal, data importantíssima para qualquer marca — foi “arregaçar as mangas” em vez de reclamar. Em outras palavras, fez de um limão, uma limonada. Pois a Reserva como um todo resolveu tomar a mesma atitude.

No mesmo post, Meisler anunciou uma liquidação — utilizando, para divulgá-la, as imagens dos bandidos fazendo a limpa na loja dos Jardins. “Resolvemos nos inspirar neles e fazer do vídeo de lançamento de nossa liquidação um exemplo de que melhor do que chupar o limão é fazer uma limonada com ele", escreveu o CEO da Reserva.

Do limão... O episódio deu origem a uma série de podcasts – o Limonada –, que já contou com a participação de personalidades como Luciano Huck e Gustavo Caetano, fundador da Sambatech. O objetivo da iniciativa é exaltar empreendedores que ignoram as dificuldades porque amam o que fazem. O Limonada ajudou a lançar, em 2018, uma nova marca do grupo, a Oficina Reserva, que presta tributo aos empreendedores brasileiros. Ela aposta em produtos com design minimalista, sem estampas e sem símbolos de marca. A Oficina Reserva, diz o manifesto dela, é “para aqueles que enxergam oportunidades onde muitos só veem problemas.”

É o caso de Alex Atala, um dos participantes da nova temporada do Limonada, que foi produzida em parceria com a EXAME. Desta vez, as entrevistas foram gravadas em vídeo com o editor Ivan Padilla no papel de apresentador.

Além do chef do D.O.M, um dos restaurantes mais respeitados e premiados do país, a nova leva de episódios conta com a participação de Luiza Helena Trajano, Edu Lyra, João Adibe, Camila Farani, Dilma Campos, Fernanda Ribeiro, Diogo Roberte, Gustavo Cerbasi e Facundo Guerra.

“O que me fez virar um Alex Atala foi ser tão crítico comigo mesmo como sou com os outros”, admitiu o chef em seu episódio (assista a seguir). “E a gente erra muito. Às vezes, sozinho em casa, me ponho a lembrar de atitudes de que me arrependo. Isso porque só dá para deixar de errar se você tomar consciência do que fez de errado. Só pretendo cometer erros novos, e não repetir os que já cometi.”

Criatividade versus invenção

Em outro trecho, afirmou o seguinte: “É sempre mais confortável vender o que o mercado demanda. Criatividade não é fazer o que ninguém faz, porque o nome disso é invenção. Criativo é quem faz o que todo mundo faz, mas de um jeito que ninguém espera. Daí, bingo: você deixa de ser só mais um”.

Em 2024, o D.O.M vai comemorar 25 anos de atividade, uma idade que poucos restaurantes brasileiros conseguiram completar. Com duas estrelas Michelin, o inventivo estabelecimento abriu caminho para que vários outros surgissem no Brasil com propostas tão ou mais ousadas.

A lição dada por Jacquin

Defensor ferrenho dos ingredientes brasileiros — as formigas amazônicas viraram uma de suas marcas —, o chef continua uma referência inegável da gastronomia. “A melhor comida de um restaurante nunca é a que o chef faz, é a que o chef extrai de sua equipe”, Atala disse para Padilla. “Se eu tenho uma equipe tecnicamente inferior não adianta querer fazer pratos complicados”.

No início da conversa, ele relembrou de um conselho estratégico que recebeu do francês Érick Jacquin. Foi no começo de 1994, quando o brasileiro trabalhava no extinto Filomena.

“Alex, desiste, você não tem que fazer comida francesa”, Jacquin disparou. “Você nunca vai ser tão bom quanto eu fazendo comida francesa. Vai fazer comida brasileira”.

Atala engoliu a seco, mas acabou concordando com ele. “Fui entendendo que as pessoas não 'enlouqueciam' quando eu colocava a mão numa trufa ou num caviar, e sim quando eu trabalhava com ingredientes brasileiros”, contou para o Limonada. “Daí fui me encorajando e hoje posso brincar com o Jacquin na televisão: 'cozinho melhor do que você’”.

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