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Zuckerberg revela plano de dividir (o Facebook) para dominar

Em entrevista ao New York Times, Zuckerberg diz que o aplicativo móvel da rede social vai ser desmembrado em vários apps mais simples

EXAME.com (EXAME.com)

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Maurício Grego

Maurício Grego

Publicado em 16 de abril de 2014 às 16h35.

São Paulo -- Numa rara entrevista, concedida ao jornalista Farhad Manjoo, do New York Times, Mark Zuckerberg diz que o Facebook “não é uma coisa só” e que o aplicativo móvel da rede social vai ser desmembrado em vários apps mais simples.

As declarações de Zuckerberg trazem uma explicação sobre por que o Facebook resolveu remover o recurso de bate-papo de seu aplicativo móvel. A notícia, divulgada na semana passada, provocou muitas reações negativas.

Dentro da estratégia apresentada por Zuckerberg, o fim das mensagens no app até faz sentido. O fundador do Facebook diz que, na tela do computador, a rede social pode ser vista como uma plataforma onde o usuário tem acesso a fotos, vídeos, jogos, aplicativos, bate-papo, notícias e diversos outros tipos de conteúdo.

Mas isso não funciona bem na telinha do smartphone. Nela, os usuários tendem a preferir aplicativos mais simples, com finalidade mais específica. Quando pensam em fotos, eles vão ao Instagram; não ao Facebook. Para bate-papo, preferem o WhatsApp.

Zuckerberg parece ter percebido isso há alguns anos. Afinal, o Facebook comprou tanto o Instagram como o WhatsApp, além de lançar seus próprios apps com funções específicas. 

É o caso do Facebook Messenger e do Paper. Este último é um app de notícias liberado no início deste ano. Ele não está, por enquanto, disponível no Brasil.

As iniciativas em aplicativos móveis do Facebook estão, agora, a cargo do chamado Creative Labs. Esse laboratório de desenvolvimento de ideias foi anunciado em janeiro, junto com o Paper. 

“O que estamos fazendo no Creative Labs é desmembrar aquele grande aplicativo azul”, diz Zuckerberg.


A menos que ele esteja blefando, o Facebook Messenger vai continuar coexistindo com o WhatsApp. Ele diz que o Messenger é um app muito bem sucedido, e que 10 bilhões de mensagens são trocadas diariamente pelos apps da empresa (ele não deixa claro se  esse número inclui ou não o WhatsApp).

“O Messenger é mais para trocar frases ocasionais com os amigos. Já o WhatsApp é um substituto para o SMS”, diz ele, em referência ao serviço de torpedos das operadoras de celular.

Zuckerberg admite que pelo menos um dos apps da empresa não trouxe o resultado esperado. O Facebook Home – que assume a tela inicial do Android, transformando o smartphone num “Facephone” – não foi bem aceito pelos usuários.

“No caso do Home, a aceitação foi muito menor do que esperávamos. Era uma coisa arriscada. É muito diferente de outros apps, como Paper e Messenger. Nesses casos, você instala e, se gostar, volta a usá-los”, diz Zuckerberg.

“Já o Home é sua tela de desbloqueio. Quando você o instala, ele fica realmente ativo. Se ele faz alguma coisa de que você não gosta, você desinstala.”, completa ele.

Zuckerberg também diz que essa estratégia de desmembrar o Facebook em muitos apps vai demorar de três a cinco anos para trazer resultados financeiros para a empresa:

“A maioria dessas novas coisas que estamos fazendo não vão alterar os indicadores do nosso negócio durante muito tempo. A parte principal do Facebook é tão grande. As pessoas passam no Facebook 20% do tempo em que estão usando seus smartphones.”

“Considerando isso, apps como Messenger e Paper podem ser extremamente bem sucedidos e, ainda assim, não vão trazer impacto imediato nos negócios.”

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