Tecnologia

Zuckerberg promete restrições mais duras após violação de dados

Empresa está enfrentando crescente pressão sobre alegações que a Cambridge Analytica acessou indevidamente informações de seus usuários

Mark Zuckerberg: fundador disse em mensagem no Facebook que a empresa "cometeu erros e há mais o que fazer" (Stephen Lam/Reuters)

Mark Zuckerberg: fundador disse em mensagem no Facebook que a empresa "cometeu erros e há mais o que fazer" (Stephen Lam/Reuters)

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Reuters

Publicado em 21 de março de 2018 às 19h12.

San Francisco/Londres - O presidente-executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, disse nesta quarta-feira que a empresa de mídia social cometeu erros que permitiram que os dados de 50 milhões de usuários acabassem com a empresa Cambridge Analytica e prometeu medidas mais duras para restringir acesso dos desenvolvedores de aplicativos aos dados.

A maior rede de mídia social do mundo está enfrentando crescente pressão de governos na Europa e nos Estados Unidos sobre as alegações de um informante que afirmou que a empresa britânica de consultoria política Cambridge Analytica acessou indevidamente informações dos usuários do Facebook para traçar perfis sobre os eleitores norte-americanos, que mais tarde foram usados ​​para ajudar a eleger o presidente dos EUA, Donald Trump, em 2016.

Zuckerberg, em seus primeiros comentários desde o início do escândalo no fim de semana, disse em mensagem no Facebook que a empresa "cometeu erros e há mais o que fazer".

A diretora de operações, Sheryl Sandberg, disse lamentar profundamente "que não tenhamos feito o suficiente" sobre a atuação da Cambridge Analytica. "Nós passamos os últimos dias trabalhando para obter uma imagem mais completa", disse ela.

O Facebook perdeu mais de 45 bilhões de dólares em valor de mercado nos últimos três dias, depois das notícias que detalham as acusações publicadas no fim de semana.

Temores de que um fracasso das grandes empresas de tecnologia em proteger dados pessoais possam dissuadir o interesse de anunciantes e usuários nas empresas de mídias sociais, além de encorajar regulamentações mais rígidas, também atingiram as ações do Twitter e da Snap.

Nesta terça-feira, o conselho de administração da Cambridge Analytica suspendeu seu presidente-executivo, Alexander Nix, que foi pego em uma gravação secreta em que se gabava de que a empresa desempenhou um papel decisivo na vitória de Trump.

Zuckerberg disse nesta quarta-feira que a empresa "restringirá ainda mais o acesso a dados dos desenvolvedores para evitar outros tipos de abuso". O Facebook proibiu a Cambridge Analytica de usar qualquer serviço do Facebook na sexta-feira.

Muitos analistas já levantaram preocupações de que o incidente tenha um impacto negativo no envolvimento do usuário com o Facebook, reduzindo potencialmente sua influência com os anunciantes.

"Os investidores agora precisam considerar se a empresa concluirá ou não que cresceu de uma maneira que se mostrou insustentável ou se precisa melhorar significativamente sua gestão", disse Brian Wieser, analista do Pivotal Research Group.

As ações do Facebook fecharam em alta de 0,7 por cento nesta quarta-feira, mas ainda acumulam queda de mais de 8 por cento desde sexta-feira. A empresa cresceu mais de 550 por cento em valor nos últimos cinco anos.

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