Tecnologia

Zuckerberg gastou US$ 3 milhões a mais em segurança durante ano eleitoral

Invasão ao Capitólio, pandemia e descontrole de fake news no Facebook foram alguns dos motivos para a empresa gastar mais durante ano eleitoral nos Estados Unidos

Mark Zuckerberg recebe 1 dólar por seu trabalho como CEO e 10 milhões de dólares para a proteção de sua família, de acordo com documento (Leah Millis/Reuters)

Mark Zuckerberg recebe 1 dólar por seu trabalho como CEO e 10 milhões de dólares para a proteção de sua família, de acordo com documento (Leah Millis/Reuters)

LP

Laura Pancini

Publicado em 12 de abril de 2021 às 13h46.

Em 2020, o Facebook gastou por volta de 23 milhões de dólares somente para a segurança de Mark Zuckerberg e a sua família.

No olho do furacão de uma onda de desinformação promovida em seu site, o ataque ao Capitólio após as eleições presidencias nos Estados Unidos e a pandemia do coronavírus, a gigante de tecnologia acabou gastando 3 milhões de dólares a mais do que em 2019.

De acordo com declaração publicada na última sexta-feira, 09, o Facebook gastou mais de 25 milhões de dólares ao longo de 2020 só com seu CEO. Em comparação com 2019, foram 2 milhões de dólares a mais.

No total, foram 13,4 milhões de dólares gastos na segurança pessoal de Zuckerberg "em suas residências e durante viagens pessoais", além do subsídio anual de 10 milhões de dólares para a proteção da sua família, o que totaliza 23,4 milhões. Houve também 1,8 milhão em custos para o uso de jatos particulares.

Já em 2019, houve o mesmo subsídio anual para a família (10 milhões), mais 20,4 milhões para proteger Zuckerberg e 2,9 milhões para jatos particulares. Como nos anos anteriores, o CEO aceitou salário de 1 dólar do Facebook e não recebeu qualquer tipo de bônus ou compensação, de acordo com o documento.

Em comparação, a diretora de operações da empresa, Sheryl Sandberg, foi outra figura cuja proteção levou a mais gastos por parte do Facebook: foram 8,5 milhões de dólares em 2020, também 3 milhões de dólares a mais do que em 2019. Os motivos são os mesmos do de Zuckerberg.

Durante o ano passado, as eleições dos Estados Unidos causaram um aumento na divulgação de desinformação em redes sociais. No Twitter e em sua página no Facebook, por exemplo, o ex-presidente Donald Trump declarou que a eleição havia sido roubada, informação que é falsa e que levou, junto com outros fatores, a invasão do Capitólio por adoradores do republicano no dia 6 de janeiro.

Zuckerberg também vem enfrentando o Congresso norte-americano com outros CEOs da área de tecnologia, como Sundar Pichai, do Google, e Jack Dorsey, do Twitter. Eles prestaram depoimento sobre a disseminação de desinformação em suas plataformas. Sozinho, Zuckerberg também já enfrentou o Senado para falar sobre a influência do Facebook nas eleições.

"O papel do Sr. Zuckerberg o coloca em uma posição única", escreveu a empresa no processo. "Ele é sinônimo de Facebook e, como resultado, o sentimento negativo em relação à nossa empresa está diretamente associado e muitas vezes transferido para ele."

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