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YouTube vai pagar US$ 24,5 milhões para encerrar processo de Trump

Subsidiária do Google é a última das três grandes empresas de tecnologia a resolver processo movido pelo presidente contra plataformas de mídia social

Mateus Omena
Mateus Omena

Repórter

Publicado em 29 de setembro de 2025 às 18h39.

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O YouTube concordou em pagar US$ 24,5 milhões para encerrar um processo movido pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em 2021, após a suspensão de sua conta na plataforma, em razão dos ataques no Capitólio dos Estados Unidos. As informações foram divulgadas pelo jornal norte-americano Wall Street Journal.

O acordo, que foi formalizado por meio de documentos judiciais, marca o fim de uma série de litígios entre Trump e grandes empresas de tecnologia após sua saída da presidência.

Com esse desfecho, o YouTube se junta a empresas como a Meta, que em janeiro aceitou pagar US$ 25 milhões, destinados a um fundo para a biblioteca presidencial de Trump, e ao X (antigo Twitter), que pagou US$ 10 milhões, parte dos quais foi diretamente para Trump.

Executivos do Google estavam buscando manter o valor do acordo abaixo do pago pela Meta, informaram fontes envolvidas nas negociações ao WSJ. A maior parte do valor — US$ 22 milhões — será direcionada para a organização sem fins lucrativos Trust for the National Mall, que está ajudando na construção de um salão de baile no estilo Mar-a-Lago dentro da Casa Branca, projeto que o presidente americano está desenvolvendo.

O custo estimado para esse salão é de US$ 200 milhões, sendo financiado por Trump e outros doadores. O restante, US$ 2,5 milhões, será destinado aos outros autores do processo, incluindo a União Conservadora Americana e a escritora Naomi Wolf.

A briga de Trump com grande empresas americanas

Trump tem arrecadado grandes quantias por meio de acordos judiciais desde sua derrota eleitoral, com mais de US$ 80 milhões em pagamentos provenientes de ações contra grandes empresas de tecnologia e mídia.

John P. Coale, advogado e aliado de Trump, foi o responsável por apresentar os processos e afirmou ao Wall Street Journal que o retorno do republicano à Casa Branca foi um fator decisivo para acelerar a resolução dos processos. "Se ele não tivesse sido reeleito, estaríamos discutindo isso por anos", enfatizou.

Mesmo após as vitórias na Justiça americana, Trump continuou suas batalhas jurídicas enquanto esteve na Casa Branca. Em um caso recente, um juiz rejeitou sua ação contra o jornal New York Times, e a Dow Jones também moveu uma ação para arquivar o caso contra Trump.

A suspensão da conta de Trump no YouTube aconteceu após o tumulto de 6 de janeiro de 2021, com a alegação de que vídeos do republicano violavam as políticas da plataforma contra conteúdos que poderiam incitar violência. O canal foi reativado em março de 2023.

O acordo ocorre enquanto o Google enfrenta investigações por parte do Departamento de Justiça, que alega que a empresa criou um monopólio na publicidade digital. Recentemente, um tribunal federal iniciou audiências para decidir sobre possíveis penalidades à gigante de tecnologia.

Em maio, os advogados de Trump e do YouTube notificaram o tribunal que estavam em "discussões produtivas" e pediram o adiamento de uma conferência. Nesta segunda-feira, eles entraram com um pedido formal para arquivar o caso.

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