App do YouTube no iPhone: Google está experimentando um sistema adaptável, que configura a resolução de acordo com a qualidade da rede disponível (Reprodução)
Da Redação
Publicado em 4 de julho de 2013 às 12h04.
São Paulo - Maior distribuidor de conteúdo over-the-top (OTT) do mundo, o YouTube está mostrando interesse no mercado brasileiro. Com cerca de cem horas de vídeos sendo visualizados por minuto no mundo, o portal do Google tem por trás uma grande infraestrutura para suportar a demanda, mas as parcerias com empresas têm sido um caminho mais fácil para enriquecer a experiência do usuário.
Em keynote no segundo dia da Broadband Latin America em São Paulo nesta quarta, 3, o executivo de desenvolvimento de negócios do YouTube, Eric Mauskopf, destacou as oportunidades no diálogo entre operadoras de telecom e OTTs.
O pano de fundo é que, desde que deixou o seara exclusivo de computadores para se aventurar no mundo móvel, o YouTube experimentou diferentes níveis de sucesso. Seja com devices como o iPhone, seja em set-top boxes e videogames, a empresa consegue hoje uma penetração maior. "Nós praticamente nos apoiamos inteiramente em parceiros, e outro pilar é ter uma conexão, seja em um dispositivo móvel ou em uma TV conectada", diz, referindo-se às operadoras.
Mauskopf destaca as experiências em celulares de acordo com as redes móveis disponíveis, com resoluções padrão mais baixas para conexões mais lentas – 144p para Edge; 240p para 3G; e 460p para 4G. Claro, tudo isso podendo ser modificado para até 720p na plataforma móvel.
O Google está experimentando um sistema adaptável, que configura a resolução de acordo com a qualidade da rede disponível. Adotado no sistema operacional Android, o modo de qualidade dinâmica estará disponível "em breve" também para o iPhone.
Há outros truques para tornar o desempenho do portal mais agradável, como a experiência de pré-carregamento em dispositivos Android. "Carregamos os vídeos das assinaturas automaticamente na aplicação com qualidade de 720p. Mas o YouTube ainda é um serviço de streaming, então, o usuário ainda precisa ter conexão para começar o vídeo", destaca o executivo norte-americano. Além disso, a empresa começa a desenrolar o streaming de vídeos ao vivo, como dos shows do festival Rock in Rio, também em plataformas móveis.
Conectividade entre dispositivos
O ponto é justamente oferecer uma mesma interface, ou ao menos com a mesma lógica visual, através de todos os diferentes devices. Sempre com a possibilidade de monetizar. A companhia destaca o sistema "TrueView Ads", que possibilita ao usuário pular a propaganda após cinco segundos e é considerada pela empresa como "uma das maiores inovações do Google".
Por isso mesmo, quando perguntado sobre uma possível discussão com a Apple para a reformulação do precário aplicativo do YouTube para a Apple TV (da mesma forma como aconteceu com o iPhone), Mauskopf desconversa, apenas dizendo que "gostaria" de poder proporcionar uma experiência monetizável em todas as plataformas.
Ele destaca, entretanto, a parceria com a Netflix para estabelecer um padrão de comunicação entre smartphones e devices conectados para oferecer controles remotos e recursos de segunda tela de forma automática em uma mesma rede Wi-Fi. O padrão, chamado de Dial, permitirá inclusive o controle de vídeos enquanto se realiza buscas no portal.
Mas a experiência do YouTube não está atrelada somente a smartphones e tablets. Eric Mauskopf destaca não apenas aplicações HTML5 utilizadas em smart TVs e consoles de videogames, mas também a integração nas plataformas de pay TV das operadoras. Ele cita o caso da Virgin Media do Reino Unido, que disponibiliza o portal de vídeos no próprio guia eletrônico de programação (EPG). "Você pode acessar ao lado do conteúdo linear. É uma experiência online, com controle e acesso a todo tipo de conteúdo", declara. Exemplo parecido é o da sul-coreana SK Telecom, que integra não apenas ao menu, mas utiliza as APIs do YouTube para sugerir conteúdo relacionado à própria programação linear.