Logo do site Yelp: o Yelp é um repositório com informações sobre comércios e serviços locais nas cidades (Tim Boyle/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 22 de agosto de 2013 às 12h22.
São Paulo - O site Yelp, um gigante das recomendações online, inaugura nesta quinta-feira, 22, a versão em português do serviço, o que deve mexer com o mercado de web no País. Até então, empresas como Kekanto, Apontador, Foursquare e até o Google - em seu serviço de mapas - já mantinham páginas semelhantes, reunindo avaliações de consumidores sobre restaurantes, lojas e serviços. Mas o Yelp, referência nesse tipo de serviço nos EUA, ainda não havia entrado no Brasil.
Da mesma maneira que os competidores que atuam no Brasil, o Yelp é um repositório com informações sobre comércios e serviços locais nas cidades, e cresceu oferecendo uma ferramenta para que as pessoas avaliassem a qualidade deles. Seus algoritmos permitem filtrar as buscas e os aplicativos para celular e tablet ajudam os usuários a procurar um serviço quando estão na rua. Todas as versões estarão em português.
A empresa foi fundada em 2004, em São Francisco (EUA), por Jeremy Stoppelman - ex-executivo da companhia de pagamentos online PayPal - para ajudar pessoas a encontrar serviços em grandes cidades.
O site se tornou popular nos EUA e chegou a receber uma oferta de compra pelo Google em 2010 - rejeitada por Stoppelman depois de ser convencido pelo fundador da Apple, Steve Jobs, morto em 2011. Hoje o site é usado por 108 milhões de usuários mensalmente, reúne 42 milhões de avaliações e está presente em 22 países.
No Brasil, a empresa terá dados de serviços de todo o País, mas São Paulo e Rio de Janeiro serão o foco inicial. Nas capitais, o Yelp terá um gerente de comunidades responsável por incentivar as pessoas a escreverem avaliações dos lugares que frequentam. Há conteúdo local, como as categorias temakeria e comida mineira.
Nossa estratégia é melhorar o serviço de cidade em cidade, da mesma forma que fizemos com São Francisco, disse a vice-presidente de novos mercados do Yelp, Miriam Warren, em passagem pelo Brasil. Somos uma empresa com foco na localidade, útil para pessoas que vivem nas cidades, mas turistas também acabam se beneficiando das avaliações.
Expansão
A executiva não quis falar sobre uma possível expansão para outros países da América Latina. O Brasil é o primeiro país da região atendido pelo site. Segundo ela, o site comprou os dados sobre estabelecimentos brasileiros de fornecedores parceiros. Warren começou no Yelp em 2005, como gerente de comunidades. Hoje lidera a expansão internacional do serviço.
O primeiro país estrangeiro em que o Yelp inaugurou sua operação foi o Canadá, em 2008. Desde então, a companhia de internet tem investido mais em levar o serviço a outros mercados, principalmente depois da abertura de capital em março de 2012. A operação levantou US$ 106,5 milhões e a empresa foi avaliada em US$ 1,3 bilhão. Na época os papéis foram lançados a um valor de US$ 22 cada. Ontem as ações fecharam em US$ 51,45.
Na avaliação do investidor e empreendedor em internet Paulo Humberg, a entrada do site trará vantagens para os usuários do Brasil e vai acirrar a competição. O Brasil está no mapa do mundo e a chegada do Yelp é um aviso àqueles empreendedores que só pensam em copiar as ideias de fora. Se o dono da ideia vem para o Brasil, sobra pouco espaço, diz.
A executiva do Yelp reconhece a concorrência com serviços que operam no Brasil há mais tempo, mas diz que o alcance global trará mais vantagens. Para brasileiros, será bom porque eles poderão buscar e escrever em português, mesmo para serviços de outros países.
Em 2012, somente 2,2% da receita de US$ 137,6 milhões do Yelp veio dos mercados internacionais, mas a empresa espera que o valor cresça à medida que aumente o número de usuários e avaliações nestes países.
A maior parte da receita do Yelp vem da publicidade de comerciantes e serviços locais, que pagam para aparecer em uma melhor posição no site ou no aplicativo móvel. Também há a possibilidade de fazer promoções para usuários do site. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.