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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 12h20.
A necessidade de uma reação rápida à oferta de compra feita pela Microsoft, em 1º de fevereiro, tem levado os executivos do site Yahoo! a buscar negociações sobre uma possível fusão com um dos sites mais visitados dos Estados Unidos, a AOL, ligado ao grupo de comunicações e entretenimento Time Warner.
Segundo reportagem publicada nesta segunda-feira (11/02) pelo jornal britânico The Times, tanto os responsáveis pelo Yahoo! como os consultores contratados para ajudar na decisão sobre a oferta da Microsoft passaram a semana de 03 a 09 de fevereiro analisando possibilidades de parcerias com as principais empresas de mídia e tecnologia do mundo. O interesse em negociar com a AOL já estaria definido, mas também estariam na mira o grupo Walt Disney e o principal rival da Microsoft, o Google.
A proposta da empresa de Bill Gates, por sua vez, foi formalmente rejeitada pelo Yahoo!, nesta segunda-feira (11/02). Segundo nota dos responsáveis pelo site, "o conselho revisou atentamente a oferta não solicitada que recebeu da Microsoft com a administração do Yahoo! e com consultores legais e financeiros e concluiu, de modo unânime, que a proposta não atende os melhores interesses do Yahoo! nem de seus acionistas".
De acordo com o Times, os gestores do Yahoo! comentam que sequer abrirão diálogo com a Microsoft se a empresa não elevar em pelo menos 12 bilhões de dólares a oferta de compra, inicialmente na casa dos 45 bilhões de dólares. Caso a expectativa do Yahoo! se concretizasse, cada ação da empresa passaria a valer mais de 40 dólares, ante a estimativa original da Microsoft de pagar 31 dólares por papel, já incluído um prêmio de 60%, em relação ao valor de fechamento no dia anterior à proposta.
Às 14h30 desta segunda-feira, a ação do Yahoo! aparecia cotada a 29,52 dólares, com alta de 0,32%.
À procura de novos parceiros
Apesar de rejeitar o acordo, oYahoo! deixou a porta aberta para uma oferta de aquisição, pelo menos retoricamente, ao afirmar que seu conselho "continuará avaliando todas as opções estratégicas no contexto do rápido desenvolvimento do ambiente industrial". Além disso, a empresa afirmou: "continuamos comprometidos com a busca de iniciativas que maximize valor para nossos acionistas".
O Google, por exemplo, tem se mobilizado para evitar a fusão do Yahoo! com a empresa de Bill Gates desde que a proposta de negócio foi divulgada. Analistas do setor apontam como muito improvável uma proposta de compra, já que isso despertaria forte resistência por parte dos órgãos reguladores quanto à concentração de mercado nas áreas de buscas virtuais e publicidade online. Um modelo de cooperação em estudo, porém, seria o Yahoo! abrir mão de anúncios virtuais próprios e ceder o espaço publicitário de suas páginas ao Google, que então dividiria com a parceira a receita obtida.
A AOL também já negociou anteriormente com o Yahoo! a possibilidade de uma fusão, mas as empresas rejeitaram um acordo por causa de divergências quanto ao preço a ser pago por este último site.
É neste ponto que tem emperrado a proposta da Microsoft. Dos 45 bilhões de dólares oferecidos pelo Yahoo!, metade do pagamento seria efetuado em forma de ações. Desde o anúncio da proposta, no entanto, os papéis do Yahoo! valorizaram-se mais de 60%, enquanto os da Microsoft despencaram cerca de 12%. Esses movimentos fizeram o valor de mercado do site de buscas ultrapassar o proposto pela gigante de softwares, na sexta-feira (08/02), para em seguida recuar um pouco. Ainda assim, a disparada no preço dos papéis tornou a proposta desinteressante, aos olhos dos administradores do Yahoo!.