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Xiaomi lança modelo premium para competir com Apple e Huawei

A fabricante de smartphones chinesa apresentou o MIX 3, a quarta geração de uma série lançada em 2016

 (Xiaomi/Divulgação)

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Lucas Agrela

Lucas Agrela

Publicado em 29 de outubro de 2018 às 12h16.

A Xiaomi quer deixar para trás sua imagem de fabricante de celulares populares. A segunda maior fabricante de smartphones da China está contando com seu dispositivo mais caro até agora para enfrentar a Huawei Technologies e a Apple no país, ao mesmo tempo em que aumenta sua projeção na Europa.

A fabricante de smartphones chinesa apresentou o MIX 3, a quarta geração de uma série lançada em 2016, nesta quinta-feira. A última iniciativa da Xiaomi para ter uma aparência mais luxuosa inclui uma tela de 6,4 polegadas sem bordas, processadores da Qualcomm e corpo de cerâmica liso. O celular agora vem com câmeras frontais em uma estrutura deslizante localizada atrás da tela, o que elimina o entalhe popularizado pelo iPhone.

O dispositivo será colocado à venda em novembro, a partir de 3.299 yuans (US$ 475) até 4.999 yuans para a edição especial do “Forbidden City" (Cidade Proibida). Ele marca a tentativa do presidente Lei Jun de avançar ainda mais em um mercado premium mais lucrativo dominado pela Apple, pela Samsung Electronics e -- cada vez mais -- pela rival chinesa Huawei. É nesse segmento que os clientes têm mais dinheiro para pagar serviços de música e jogos, que a Xiaomi considera o futuro de seu negócio.

A Xiaomi, com sede em Pequim, está tentando roubar participação de mercado da Huawei, a líder na China -- especialmente no mercado de mais de 3.000 yuans, graças aos seus dispositivos das séries P e Mate. A empresa também quer ter uma presença maior na Europa, um trampolim para os EUA. Ambos os mercados são vitais para sustentar o ritmo de crescimento de sua receita. A Xiaomi divulgou nesta quinta-feira que os embarques de telefones neste ano ultrapassaram 100 milhões de unidades -- superando o total de 2017 --, mas grande parte disso seria de modelos mais baratos na Índia e em outros lugares.

"Nós estamos nos concentrando em nossas capacidades internas neste ano, preparando-nos para a futura concorrência", disse Lei a repórteres e executivos do setor reunidos na Cidade Proibida, o antigo palácio imperial centenário no coração de Pequim. “As maiores marcas investiram pesado em câmeras e inteligência artificial. Essas são as áreas que definirão os fornecedores de primeira linha e os players menores.”

Concorrência

Para a Xiaomi, o MIX 3 precisa ser um sucesso. A provedora de smartphones concluiu uma abertura de capital de US$ 5,4 bilhões em julho, mas foi submetido a um escrutínio intenso dos investidores sobre avaliações comparáveis às dos gigantes da Internet de crescimento mais elevado, como o Facebook. Pressionada ainda mais pela incerteza sobre as tensões entre os EUA e a China, a Xiaomi perdeu cerca de US$ 13 bilhões ou aproximadamente um quarto de seu valor de mercado desde sua abertura de capital.

"Isso é algo que vale a pena acompanhar, mesmo se a gama MIX não gerar receitas significativas por muito tempo", disse Nicole Peng, diretora de pesquisa sênior da Canalys. "É para mostrar qual é a capacidade de pesquisa e desenvolvimento da Xiaomi."

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