Xiaomi: empresa chinesa tem operação no Brasil junto à mineira DL (Kim Kyung-Hoon/Reuters)
Lucas Agrela
Publicado em 29 de julho de 2020 às 15h46.
Última atualização em 29 de julho de 2020 às 16h20.
A Xiaomi é conhecida pelos seus celulares, mas busca espaço em outras áreas no Brasil. Em sua segunda tentativa no país, a empresa chinesa se aliou à mineira DL e apostou na venda de eletrônicos de todo o tipo -- inicialmente, com smartphones como carro-chefe. Agora, a companhia conta com 350 produtos do que chama de “ecossistema” de eletrônicos, como balança inteligente e patinete elétrica, enquanto os smartphones são 22 no país.
Luciano Neto, chefe da operação da Xiaomi no Brasil, diz, em entrevista à EXAME, que a empresa almeja ser reconhecida por uma série de produtos, e não apenas pelos smartphones. “Queremos mostrar que temos de tudo um pouco. Hoje, a área de ecossistema representa 52% do nosso volume de vendas no Brasil, mas a curva está aumentando. Antes, os smartphones lideravam. A Xiaomi usa a tecnologia para oferecer soluções, mas o nosso objetivo é que o brasileiro entre primeiro no nosso site para ver se temos. Estamos aumentando globalmente nosso ecossistema e já temos mais de 2.000 produtos”, afirma Neto.
Nesta quarta-feira, a empresa traz mais produtos do seu ecossistema ao país. O principal é a Mi Smart Band 5, uma pulseira inteligente compatível com celulares com sistema operacional Android e com iPhones. O aparelho rivaliza com a Samsung Gear Fit e com a Huawei Band 4. O dispositivo da Xiaomi pode medir o número de passos dados em um dia, mensurar as calorias gastas durante exercícios físicos e monitorar batimentos cardíacos – além de mostrar que horas são. O preço sugerido do produto é de 499 reais e ele está à venda na loja virtual da Xiaomi, bem como em lojas online da B2W. Outra aposta para o mercado de pulseiras inteligentes no Brasil é a Mi Smart Band 4C, versão mais em conta, com preço de 299 reais.
A empresa chinesa traz ao Brasil, também, os fones de ouvido sem fio chamados Mi True Wireless Earphones 2 Basic, vendidos a 399 reais. Os aparelhos têm tecnologia de cancelamento de ruído, para reduzir a interferência de sons externos, e competem com produtos da JBL, que vende fones de ouvido Bluetooth na mesma faixa de preço. O produto de maior custo lançado pela empresa hoje é o smartphone intermediário chamado Redmi 9, que custa 1.899 reais e rivaliza com o Galaxy S51 e com a linha Moto G, da Motorola.
A Xiaomi traz ao país a Mi TV Stick, que rivaliza com o Chormecast, do Google, e com o Fire Stick, da Amazon. O dispositivo leva acesso a aplicativos a TVs que não são inteligentes. O sistema operacional do aparelho é o Android, em uma versão adaptada para a interface de TV. Com ele, é possível assistir Netflix, YouTube e outros aplicativos na televisão. O preço sugerido é de 499 reais.
Para os produtos conectados, a Xiaomi traz ao país o Mi Smart Set, de 999 reais, que serve para integrar dispositivos com Wi-Fi, ZiGBee e Bluetooth. A ideia é que esse aparelho permita ao usuário conectar smartphones, lâmpadas inteligentes e outros dispositivos que componham sua casa conectada. A empresa traz ainda ao Brasil o roteador Giga Version, de 399 reais, que pode conectar mais de 100 aparelhos à sua rede Wi-Fi doméstica.
Com a quarentena de 2020, Neto conta que a Xiaomi foi surpreendida por um crescimento na demanda por aspirador-robô, um eletrônico que limpa a casa por conta própria. “O robô-aspirador ainda não conseguimos regularizar o estoque”, diz Neto.
Os atuais 372 produtos que a Xiaomi comercializa no Brasil são importados e, apesar da pandemia do novo coronavírus, Neto afirma que a operação não foi negativamente afetada.
Na segunda empreitada no mercado brasileiro, a Xiaomi conseguiu se estabelecer e já está há mais de um ano em parceria comercial com a DL. Para Neto, o momento da Xiaomi foi mais favorável, uma vez que a expansão internacional está mais consolidada do que em 2015, e ter um parceiro local ajuda a empresa a lidar com os meandros de lançamentos e vendas de eletrônicos no país. ”A DL já sabe como o Brasil funciona. A parceria entre as empresas ajuda a lidar melhor com o comércio. O varejo brasileiro é forte, tem uma relevância muito grande”, diz Neto.