São Paulo - O economista Rafi Mohammed, especialista em estratégias de preço e autor do livro "The Art of Pricing" ("a arte da precificação"), acredita que a Microsoft errou ao revelar o Xbox One por um preço "alto demais" (499 dólares) durante a feira E3, que ocorreu em Los Angeles entre os dias 11 e 13 de junho.

Em entrevista à Bloomberg, o economista, que trabalha na área de precificação há 21 anos, elogiou a decisão da Microsoft em voltar atrás na restrição de jogos usados no Xbox One, mas ainda acha que o preço do console pode comprometer a performance de vendas neste ano.

"Você deve querer que o console chegue aos consumidores, para então ganhar dinheiro verdadeiro com os jogos", comentou Mohammed. "É bem surpreendente que eles tenham decidido por esse preço, sobretudo quando eles ainda tinham o lado negativo da restrição a usados, da qual eles acabaram pulando fora."

E3 - Embora tenha voltado atrás na restrição a jogos usados e na necessidade de conectar o Xbox One a cada 24 horas, a Microsoft ainda sofre com críticas ao preço do novo console. O PS4 será vendido por 399 dólares - 100 dólares a menos que o Xbox One.

Um dos principais argumentos da MS para a diferença do preço está na inclusão do Kinect, que será equipamento essencial do console - ao contrário do PS4, que terá o PS4 Eye como periférico de compra separada e custará 60 dólares.

Para Mohammed, a Microsoft deveria abrir mão da necessidade do Kinect para atingir um preço mais nivelado com a Sony, mas a medida é improvável. O plano da MS é que os desenvolvedores sempre contem com o Kinect 2.0 como recurso para qualquer jogo e para todas as outras novidades de entretenimento do aparelho.

O Xbox One chegará ao mercado brasileiro em novembro por 2.199 reais.