Tecnologia

Wine faz novo pedido à CVM e retoma planos de abertura de capital

Quatro meses após suspender a abertura de capital na B3, a Wine volta a cogitar se tornar uma empresa de capital aberto e pode captar até 800 milhões de reais

Marcelo D'Arienzo: CEO da Wine (Wine/Divulgação)

Marcelo D'Arienzo: CEO da Wine (Wine/Divulgação)

RL

Rodrigo Loureiro

Publicado em 12 de março de 2021 às 12h43.

Última atualização em 12 de março de 2021 às 22h04.

A Wine está retornando seus planos para a abertura de capital. A companhia que vende vinhos (e outras bebidas) pela internet e atua com um clube de assinatura entrou com um pedido na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) com a intenção de abrir seu capital e explorar mais ferramentas de financiamento ofertadas pelo mercado – inclusive, até mesmo, uma eventual oferta inicial de ações (IPO).

O movimento chama a atenção porque a companhia parece ter mudado seus planos em apenas quatro meses. Em novembro do ano passado, a startup capixaba fundada em 2008 havia suspendido o pedido de abertura de capital por IPO. A ação ocorreu de forma voluntária e, segundo a empresa, se deu por adversidades na atual conjuntura de mercado.

"De modo a manter sua expansão e seguir consolidando o mercado, a empresa vai buscar fontes de financiamento, para movimentos orgânicos e inorgânicos", afirmou a Wine.

Com mais de 1 milhão de clientes em seu e-commerce e um clube de assinaturas descrito como “o maior do mundo” com 240 mil sócios, a Wine chegou a contratar bancos como Itaú BBA, XP, BTG Pactual e Bank of America para estruturar sua primeira venda pública de ações. O objetivo era levantar 1 bilhão de reais com a oferta.

Wine: empresa retomou os planos para a abertura de capital na B3 (Wine/Divulgação)

A companhia não revelou detalhes sobre o plano. A expectativa era de que o dinheiro fosse utilizado para, entre outros destinos, expandir a operação física que havia sido iniciada em Belo Horizonte com uma loja que serve não apenas para comercializar as bebidas, mas como um local de eventos e estoque para acelerar entregas. Já são oito unidades e a previsão era abrir mais cinco lojas no primeiro semestre de 2021.

Se este era o principal objetivo, o argumento de que a atual conjuntura do mercado não estava favorável para o IPO era cabível. A pandemia do novo coronavírus causou um estrondo em empresas que atuam com lojas físicas. Por outro lado, a quarentena impulsionou radialmente as operações digitais. A própria Wine viu suas vendas aumentarem 40% durante a pandemia. No ano passado, a empresa faturou 450 milhões de reais.

No novo pedido à CVM, Wine pode adotar a instrução 476/2009 da CVM em vez da 400 como forma de acelerar o processo burocrático para que a companhia tenha seu capital aberto em poucas semanas. Ao fazer isso, porém, a empresa restringe os investidores a apenas profissionais especializados tornando a oferta mais restrita. O plano parece ser levantar entre 700 e 800 milhões de reais.

Acompanhe tudo sobre:B3e-commerceIPOsStartupsVinhos

Mais de Tecnologia

WhatsApp volta ao normal depois de parar de funcionar em vários países

Pequim anuncia plano para avanço em inteligência incorporada

WhatsApp fora do ar? App de mensagens apresenta instabilidade nesta sexta-feira

Google faz novos cortes de funcionários e atinge setores de IA, Cloud e segurança