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Windows Phone: como a Microsoft queimou US$ 10 bilhões tentando competir com Android e iOS

Com um investimento bilionário e uma parceria estratégica com a Nokia, Windows Phone não conseguiu competir com iOS e Android, resultando em enormes perdas para a Microsoft e uma lição sobre a dificuldade de entrar em mercados dominados

O principal motivo para o fracasso do Windows Phone foi o atraso no seu lançamento (MrIncredible/Getty Images)

O principal motivo para o fracasso do Windows Phone foi o atraso no seu lançamento (MrIncredible/Getty Images)

Publicado em 30 de julho de 2025 às 17h17.

Nos últimos anos, uma das maiores mudanças no consumo e acesso à internet foi a migração para dispositivos móveis, especialmente por meio de aplicativos em smartphones. Essa transformação contribuiu para a queda de 30 milhões nas vendas de computadores pessoais (PCs) nos últimos 10 anos.

Para tentar acompanhar essa transformação, a Microsoft decidiu entrar (com atraso) no competitivo mercado de smartphones, o que resultou em prejuízos na casa dos US$ 10 bilhões e o fracasso na tentativa de concorrer com Apple e Google.

O Windows Phone foi lançado pela empresa em 2010, com o objetivo de desafiar os sistemas operacionais iOS, da Apple, e Android, do Google, no mercado de smartphones. Apesar de um grande investimento financeiro e de uma parceria estratégica com a Nokia, o sistema não conseguiu competir com o iPhone, lançado em 2007, e com os dispositivos Android de marcas como Samsung, HTC e LG, que já haviam conquistado uma base de usuários sólida.

Com a demora para entrar no mercado, o Windows Phone morreu apenas seis anos e US$ 10 bilhões após seu lançamento. No entanto, mesmo com o contratempo, a empresa de 50 anos continua entre as mais valiosas do mundo. Focando em áreas como computação em nuvem e inteligência artificial, a Microsoft ambiciona se unir à Nvidia no seleto grupo das empresas capitalizadas em US$ 4 trilhões.

Quais os principais motivos para o fracasso do Windows Phone?

O principal motivo do fracasso foi o atraso no lançamento do sistema. Quando o Windows Phone chegou ao mercado, Android e iOS já dominavam, com uma base de usuários estabelecida, um ecossistema robusto de aplicativos e uma grande quantidade de desenvolvedores.

Nesse cenário, a falta de apps foi um dos maiores desafios. Enquanto os rivais ofereciam centenas de milhares de opções, o Windows Phone possuía apenas cerca de 2 mil aplicativos, o que fez com que houvesse pouco interesse tanto dos consumidores quanto dos desenvolvedores.

Financeiramente, o projeto gerou enormes perdas, estimadas em US$ 10 bilhões. Além dos 7 bilhões gastos na aquisição da Nokia, em 2014, que foi líder mundial em vendas de celulares nos anos 2000, a Microsoft registrou prejuízos de aproximadamente US$ 7,6 bilhões relacionados ao hardware.

No auge, o Windows Phone alcançou participação no mercado global de smartphones de apenas 3%, com o Lumia 800, fruto da parceria com a Nokia, liderando a venda de dispositivos. Na Europa, a marca chegou a conquistar mais de 10% de participação em alguns países. Entretanto, nos EUA, a Microsoft não chegou perto de Google e Apple, ficando com apenas cerca de 4%.

Até 2016, o sistema operacional nunca conseguiu ultrapassar 1% de participação no mercado global. Reconhecendo sua derrota no mercado de smartphones, Bill Gates estima que o atraso tenha custado aproximadamente US$ 400 bilhões para a companhia.

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